quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Saudade de Chico Passeata e Zé Mago* - Por José Cícero


Perdemos recentemente
dois amigos.
Velhos companheiros de luta e caminhada.
Autênticos comunistas.
Utópicos guerreiros do sonho coletivo
de um mundo novo, justo e igualitário.
José Mago – o Guevara cosmogônico
da Missão Velha - PC do B Sul caririense
o incompreendido...
E o poeta-doutor Chico – o Passeata.
O autêntico lutador fortalezense.
Um Dom Quixote, cidadão do mundo.
- um exemplo a ser imitado.
Ex-preso político e combatente
da ditadura militar.
Quanta saudade!
Agora tenho comigo,
destes dois camaradas que partiram...
E que há tempo dividimos em conjunto
inesquecíveis momentos de ativismo político.
Combates, campanhas, encontros, comícios e seminários.
Pedaços importantes de uma vida inteira

dedicada ao sonho construtivo,

do socialismo democrático.

Que a luta em favor da justiça e da paz

agora e sempre continue noutro plano.

Viva Zé Mago da Missão Velha
!
Viva o grande Dr. Chico!
O poeta-médico do entusiasmo

q
ue fez da própria vida
um grande poema libertário

em favor dos pobres, oprimidos e injustiçados.

Mas os que lutam desmedidamente
a vida inteira por um sonho

nunca morrem de verdade...

Razão pela qual eu grito alto
aos quatro ventos
do mundo
que o velho Chico Passeata e Zé Mago

não morreram.

Apenas deram um tempo

e em seguida, se encantaram.

.............................
(*) José Cícero -
Secretário de Cultura
Aurora - CE.

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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Cangaço:

UM POEMA CHAMADO CANGAÇO...

Por José Cícero

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Á sombra daquele centenário pé de joazeiro
Cujo mesmo como testemunho solitário
Ainda ali na curva do antigo caminho,
se mantêm, à duras penas, vivo.
levei comida, informação, água e munição.
tantas vezes pela caatinga adentro,
aos jagunços

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de Izaías Arruda

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e os cabras de Virgulino - Lampião.

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Foi um montão de cangaceiros
que nem me lembro os nomes,
sei apenas que foram tantos
agora em meus sacrifícios
de recordação...

Não tive escolha em abraçar esta opção.
Servir aos bandoleiros com tal desvelo.
Forçado pela sorte, fui amigo e fui coiteiro

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/0a/Antonio_Silvino_(em_p%C3%A9_segundo_a_esquerda).jpg/200px-Antonio_Silvino_(em_p%C3%A9_segundo_a_esquerda).jpg

de Silvino,

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Luiz padre, Sinhor Pereira e Lampião.

http://iaracaju.infonet.com.br/LAMPIAO/images/lampiaoD.jpg

Apertei a mão de

http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSBY-LMBfZPoFCgnLLt3TCg-kXI6WciEK6imFdi1Eunj7pWMHDPnien8cIz

Massilon,

http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQ1QNun_w54YxdnsPi0lI6dNyLByFDKoA3L7EbH_AGAc7dGmWMLLA

Sabino

http://photos1.blogger.com/x/blogger2/1632/221566888419920/600/z/287857/gse_multipart36465.jpg

e Chubim Sorri para Durvinha,

http://vilamundo.org.br/wp-content/uploads/2011/03/MARIA_BONITA_III_ABA.jpg

Maria Bonita

http://t0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQg_VHRieGdPYjFydfuZ3N5tdFYbOVgXwN1KvWKiNWOUpinrofu8Q

e Dadá.

Com ciúme, uma vez

http://www.onordeste.com/administrador/personalidades/imagemPersonalidade/3114b42553d67b294c1b3275e99497b6289.jpg

Corisco quis me ameaçar.
Contudo, Lampião foi meu amigo.
Dizendo alto: - com este ninguém mexe não!

Fiz amizade, fiquei conhecido
De Zé Inácio, Izaías,

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3gOR2QWj1wyKqUut7JYIMywDKynO8OLT_f1CrQbUG6YhOnzeoQHfluMwen-MkXKqGli2IBmVJVVygsTkOAtzs96qpxRoGg_clFYIqUQvuLEjxnvstPcqpfrNwtWqIDsT01MMn4lMpNUI/s320/Antonio+da+pi%25C3%25A7arra+coiteiro.jpg

Antonio da Piçarra

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoKgV8aHTh9A0STI7HEHb5zhAf49wGK47wFgl5EKKfOchyphenhyphen48siVdowyAnuNgD1MusI-OB4HstZilTlfzU8llmIjBwVQVWvVgSVqvLQdxEVcVGCyBE9yEUfkf8fgQ-ulSGlWgTK7t69_Q/s400/Cel+Santana.JPG

coronel Santana

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4a/Padre_C%C3%ADcero_c._1924.jpg

e padre Cícero Romão
O maior dos santo do nosso sertão.

Chamam inda hoje de bandido e de ladrão
Todos aqueles antigos cangaceiros,
Mas aqui nos escondidos do sertão
Em que ficamos por anos abandonados,
Meu senhor – digo que não!
Pois os volantes dos governos da nação
Foram naquele tempo (em alguns casos)
até mais violentos e mais bandidos
Que os bandoleiros do capitão meu amigo.
Vez que surraram e mataram nossos filhos
Violentaram as meninas – seu moço.
E ainda puseram as mãos
no nosso dinheiro que já era tão pouco...

**************

José Cícero
Aurora-CE.
LEIA mais em:

http://www.jcaurora.blogspot.com/



Nobre escritor, poeta, pesquisador e Secretário de Cultura de Aurora, José Cícero. Não fiz nada mais do que fazer uma ilustração ao seu poema. Permanecem intactos os seus versos sem exclusão ou aumento de vocábulos. É claro que houve uma alteração no formato, mas isso não tira o sentido do seu poema.

José Mendes Pereira

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Um Canto Poetificante...


Erro Médico

...E o doutor sumo – especialista
pleno de sua arrogância
adentrou o quarto.
Vestido em seu impecável jaleco branco.
Tinha a aparência dos anjos para o moribundo.
Um lenitivo. Um refrigério...
Certamente a última esperança que lhe prendia a vida.
E de cabotino durão, com sede de ouro para todo o resto,
pensava o esculápio em sua conta bancária.
- Preciso ganhar dinheiro!
E assim, envergou seu bisturi ligeiro
na direção do paciente desfalecido.
Decúbito dorsal.
Riscou a geografia daquele corpo inerte sobre a maca fria.
Seguira sem pestanejar seu padrão gregário.
Na mais pura e desumana das intenções.
Mais uma vitória da cruel mesmice
sobre a boa prática da caridade alheia.
Faltava ao médico acreditar na vida
pelo ângulo verdadeiro.
Porém a esperança dos otimistas
Esperava piamente, por seu gesto digno.
Pela fina Lâmina afiada do monetarista.
Uma incisão. Um corte longitudinal.
Sangue sobre o lençol igualzinho o dele.
Lâmina tênue do instrumental.
Deslizando sobre a carne viva do paciente
como ele próprio, organicamente calmo,
cheio de paciência e de pecado.
Enfim, rasgou-se a pele do tecido humano.
Faca de Hipócrates de Cós
adentrando a carne fraca da pobre alma.
Um Paracelso pós-moderno.
Às avessas.
Neo-açougueiro insensível.
Louco por cobre e por dinheiro.
Mas de repente,
Não mais que de repente.
Ele parou no meio do caminho.
Pensou por um instante decisivo.
- Preciso ganhar dinheiro.

O corte aberto como um buraco negro
sobre o corpo do seu paciente desfalecido.
Mas no meio do caminho tinha uma pedra.
Quando soube que o moribundo não tinha posses.
Apenas não sabia o tal doutor,
que todo conhecimento a Deus pertence.
Que toda ciência emana dos céus.
Contudo, muito mais doente
que o moribundo homem que cortava
estava o cristianismo mundano com aquilo.
Ignominioso fato.
Mais mesmo abortando o cirúrgico ato
o tal médico anticristão do mundo
continuará riscando para sempre,
como um castigo,
com seu bisturi monetário
sobre a sua própria carne
ainda mais patológica e claudicante,
os limites contraditórios
daquele seu ato triste e falho.
Mas que não fora o primeiro.
Quiçá em sua própria carne
cheia de pus, pecados e micróbios...
O médico ainda assim seguirá cortando
o tecido frágil do imponderável mistério.
Naquele instante - teve um estalo: sonhara ser político.
Pensou ele:
- Isso é mágico. Quem não tem dinheiro paga com o voto.
E em dívida com seu humanismo sedentário
Decerto, noutro plano.
Pagará em dobro ele próprio, o maior dos preços.
Pelo seu lamentável procedimento.
Assim como todos(que como ele) não operaram a feitura do bem
no tempo devido aos pobres.
Não elegendo a caridade como o farol da vida eterna.
Todos os que optaram pelo monumental contra-senso
entre o ético e o científico.
A vida e o dinheiro.
Uma contradição perante o seu compromisso ético.
E a operação ainda segue a sua lógica tosca e fria:
Onde quem pode pagar – Vive.
E quem não pode, à míngua – Morre.
Pobres médicos, estes, que mesmo doentes ainda não se deram conta
que no além-fronteira da vida não há moeda,
malgrado todo o dinheiro que juntaram
talvez não encontrem sequer quem os operem
dos grandes males que acumularam.
........................
Por José Cícero - In Poemas Inéditos(2011)
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