Saudade de Betty Page

Betty Page
Uma lenda viva ainda hoje corporificada de carne e osso

Nos antigos pin-ups do mundo.
Betty Page
Uma visão dos nossos desejos pós-modernos
Todos agora retrocedidos ao passado.
Contudo, um dia desses
Betty decidiu sair de cena.
Todas as lentes
Todas as objetivas
Todos os flashes
Se apagaram de vez para ela.
Mas Betty Page
Ainda brilha
muito mais por si mesma
nas nossas lembranças vivas
Encandeando nossos olhos
Como uma imensa estrela
De primeira grandeza.
Betty Page é uma tocha acesa
Rompendo os escuros da incerteza.
Uma figura bela e absoluta
A mexer com nossas fantasias
Esteticamente históricas
e sem fronteiras.
Betty Page
Subiu para sempre o Nebo do mundo
Deixando vazio o palco da vida
E a ribalta das suas fotografias.
Ficou sua imagem
Ainda em relevo.
Quase indestrutível
Como o aço dos óvnis do Arizona.
Contornos inoxidáveis
Do seu corpo belo e fantástico.
cubo de gelo adocicado,
iceberg do ártico.
Conservado na eternamente
Na memória visual da mídia.
Ânsia dos homens contemporâneos
Mui coitados.
Que não viram o vídeo-tape
Em branco e preto
de Betty Page
em seu dançado sexy de odalisca
dos desertos.
Uma baiana dos antigos circos
Sobre o tablado
com seus trajes mínimos
cabelos e seios fartos
rebolando freneticamente
num ritmo lento e orquetrado
a nos sufoca de tanto encanto
até hoje...
Betty page,
Belíssima Modelo.
Rosto lindo.
Pernas estonteantes.
Corpo escultural
Sorriso divino
Franja de anjo.
Negros cabelos
Lábios da Iracema cearense.
Artista que um dia
Mexeu conosco.
Instigou nossos sonhos adolescentes
Nossa libido.
De machos interioranos
Vivendo agora a solidão de Betty
Na periferia do mundo.
Por fim, diríamos que quase sempre
Quando a víamos em seus postes.
Escondidos
Vez por outra, no banheiro
Eram felizes...
Ainda um pouco mais comportada
na TV Colorado
E na Manchete
E na revista Cruzeiro.
Betty Page
Uma imagem humana
Que enchei nossa mente
e nossas vistas
de sonhos, desejos,
E outras fantasias
Gostosas e mirabolantes.
Que saudade de Betty Page
A encantadora modelo estadunidense!
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JC/In Quase ou Nada(Inédiro 2011)
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Foto: http
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