terça-feira, 18 de março de 2014

CASA VELHA*


Na curva daquela antiga estrada.
Existe uma árvore velha e centenária.
- Uma enorme Aroeira,
e bem ao lado dela,
uma casinha silenciosa e solitária.
Uma tapera abandonada,
de vara, de cipó, de taipa e palha.
Na frente da mesma,  uma moita de mufumbo, 
uma roseira, um pé de imbu, de pitomba,
e uma frondosa cajazeira.
Uma cerca, uma cacimba seca,
um pé de Juá, um mandacaru dentre outras cactáceas.
Ao lado da casa  existe ainda uma cancela, 
uma cruz de madeira.
Abaixo da Aroeira, uma botija de ouro encantada,
enterrada no seio da terra.
Tapera antiga de uma  megera, cachimbeira...
Uma  anciã rezadeira, ardilosa e feiticeira.
Depois do silêncio...
Um som de cigarra. O medo de alma penada.
Pura imaginação da meninada.
Apenas uma casa carcomida e mal-assombrada.
Na curva daquela estrada. 
Nada mais resta...
daquilo que ela foi um dia.
Além de uma ilusão antiga
- Uma mágoa. 
Uma angústia.  Uma solidão. 
E uma enorme lembrança 
que naquela casa velha
há muito e para sempre
também resolveu fazer morada.
...................
José Cícero(inédito 2014)
Aurora - CE.
foto: JC: Malhada Vermelha/Aurora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja Bem-vindo ao nosso Blog Literário