O sertão que tenho em mim*
Tenho desde muito o sertão em carne viva
como um coração valente pulsando em minhas mãos.
Fera arisca adormecida
que não se acalma e não me dá trégua.
Tenho desde muito em mim o sertão.
Esta vontade incontrolável de carregar comigo
onde quer que eu ande.
Bichos, matos e riachos.
Estórias de trancoso, causos e assombração.
Gente valente que não tem medo.
Fartura das invernadas daquela região.
Rara beleza que me encanta.
Poesia matuta de Bandeira, Serra Azul,
Bil Pereira, Zé Limeira e Patativa.
Canções de Gonzaga.
Cheiro de flores brejeiras.
Comidas tipicamente sertanejas,
arte e festa,
cultura nativa...
Donzelas bonitas
Repente dos violeiros poetas
do meio das feiras.
Relembranças de um sertão
que sempre carrego
em minhas mãos.
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José Cícero -
in Minhas Metáforas Prediletas(Inédito)
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Foto ilustrativa: JC árvore do sítio Cangica de Aurora.