Por José Cícero
Hoje o sol do Brasil despertou mais cedo e mais bonito.
E a atmosfera com seu ar matutino,
Abriu as cortinas dos céus com um sorriso angelical.
Num vôo de passarinhos em bandos.
experimentando a liberdade de viver
em toda a sua plenitude...
Árvores balançando como que ensaiando uma dança nativa
Suavizadas pelo afago frio e carinhoso do vento em nome das etnias..
Uma manhã amazônica de sol, esbelta e diferente
caiu definitivamente sobre o teto da biosfera mundana.
Um muxoxo dos deuses do Olimpo.
Como nos fosse o abraço quente da mulher amada
no fundo da oca.
Um mergulho nas águas do grande rio.
Um cair de índio-moleque bolando ladeira abaix
sobre os arbustos macios do caminho.
um bando de borboletas
junto as índias bonitas peladas
tomando banho nos igarapés do mundo
sob a vastidão dos arvoredos da selva.
Tribo valente nativa
se enfeitando em alegria para o ritual.
Hoje o sol do Brasil acordou cedinho
Com o cantar dos galos nos quintais do mundo.
E tudo o mais que existe nesta manhã de abril
Tem um cheiro gostoso de floresta.
Um aroma do campo, flores silvestres
Impregnando a gente de amor e de felicidade.
Um cheiro gostoso de mata virgem
Esterco fresco de gado bovino dos sertões.
Frutas da serra picadas por pássaros.
Perfumando o ambiente
em todos os seus quadrantes.
O ar puro e felicidade invadindo a gente.
Abelhas voando na nossa vista
como quem nos mostra como faz o mel.
Tudo é novo e mais bonito nesta manhã de abril.
Há aroma de flores nos caminhos
Arbustos ribeirinhos refrescantes
como frascos de perfumes naturais
Roçando os nossos pés e braços
Enchendo de cheiros suaves
nosso corpo e nossa mente.
Cheiro de terra molhada
Musgos verdes pisados
Águas correntes dos rios
Alimentadas pelos córregos
e riachos exuberantes.
A floresta intocável
Viçosa verdejando o ambiente
Ensaia um abraço quase interminável
Em nosso semblante.
O sol de abril
É como um gigante abrindo os braços
Sobre os viventes da urbe e das matas.
Uma neblina suave
Um vento frio
E em seguida um arco-íris alegre
Um sol dourado
Um brilho sui generis
A clarear nosso espírito
Como se a abóbada do mundo
Se vestisse igual uma donzela
A se preparar para a festa.
Simplesmente,
Porque hoje é o dia do índio.
Um sacramento imorredouro.
Uma oferenda coletiva
Um ritual celestial
Um compromisso ancestral.
Tudo em conjunto
Expresso na delicadeza da vitória-régia
e na energia plena da selva
com seus bichos, oxigênio e clorofila.
Mostrando-nos a força viva da vida
Espalhada na natureza das coisas
Dos ecossistemas do planeta.
Coisas belas...
Vivas e inanimadas da Terra.
Tudo porque hoje
19 de abril é o dia do índio.
O dia em que o mundo
Por completo
Realiza seu reencontro
Com seus verdadeiros donos
Filhos e amigos.
Quando por fim
A Gaia ciência
Os biomas terrestres
As raças, as águas e as etnias
Confraternizam-se diante do amor maior
Que é viver em paz.
Hoje o Brasil e o mundo
Amanheceram de braços dados
Para assistir de pé junto
Um coral de pássaros Amazônicos
No topo das árvores
Ecoando o hino nacional
em tupi-guarani e outros dialetos indígenas.
E noutro ponto eqüidistante
Do verde canto da mata
Os papagaios gritam alto
para que todo o Globo escute:
Viva o índio Brasileiro!
Viva os donos do mundo!
Viva o índio internacional!
Porque são eles o verdadeiros donos
desta Terra.
(*) José Cícero
Aurora-CE.
Fotos ilustrativas da Internet
Poema feito em 19.04.10
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