domingo, 13 de março de 2011

Que a catástrofe do Japão nos sirva de exemplo...

Para os que sempre acharam que a iminência de um caos ambiental não passava de agouros ou fatalismo dos chamados ecochatos. Agora já começam a repensar seus conceitos e posicionamento mesquinhos em relação a tudo o que diz respeito à natureza. Posto que agora estão sendo literalmente obrigados pelas forças das circunstâncias a pensar um pouco diferente. A sentir que nem tudo na vida gira em torno do poder e do dinheiro. Uma nova realidade planetária está gritando em seus ouvidos de mercadores, em cujo contexto, ora se desenha diante dos seus olhos, todo o panorama das mudanças climáticas.
Desde então, ninguém poderá ser tão insensível ao ponto de desconsiderar as sucessivas ondas de trágicas ocorrências... Fenômenos naturais de magnitudes das mais destrutivas e mortíferas. Uma série de catástrofes impiedosas que vêem solapando populações inteiras pelas mais diversas partes do planeta.
De modo que, não será preciso sermos especialistas para perceber que tal realidade dos fenômenos naturais a acontecer pelo globo tem muito a ver com o tipo de tratamento que temos dispensado a mãe natureza há séculos.
E, mais: os intervalos cada vez mais curtos entre um acontecimento e outro nos força a pensar num futuro ainda mais trágico. Uma evidência de que algo está descontrolado no que tange a velha dinâmica ambiental da Terra. Resultante das nossas mais absurdas e mirabolantes atividades antrópicas. Que inclusive, a cada ano que passa se acentua ainda mais.
E não se diga que estas observações preocupantes são coisas novas. Posto que isso não é verdade. Há muito que especialistas nos estudos ambientais e outras figuras humanas de visão aguçadas clamam por mudanças no tocante a maneira com que a humanidade tem se comportado em relação a natureza e os recursos naturais.
Infelizmente, até mesmos cientistas há muito havia se posicionado de forma renitente quanto a este temática. Os políticos e os grandes industriais do mundo, desde o princípio da revolução industrial também não têm dedicado a atenção necessária que o problema requer. O resultado, como se percebe não poderia ser outro; senão o da iminência de um caos anunciado. Ainda assim, há que se notar um estado de completa leniência... Como se o problema não fosse com eles. Um equívoco que não tem preço, pois dele dependerá a vida de todas as espécies biológicas.
O colapso dos recursos ambientais, assim como a situação de caráter catastrófico nunca foi tão grave e provável como agora. E a humanidade não pode esperar pelo pior. É preciso que a inteligência humana seja utilizada desde já, em favor da vida, bem como em defesa do planeta e na preservação da natureza.
O terremoto e o Tsunami recentemente ocorridos no Japão não constituem um fato isolado, como nos querem fazer crer algumas dos chamados experts no assunto e os grandes líderes mundiais. Simplesmente, porque isso não é verdade. Eles mentem na esperança de manter o status quo de grandes e implacáveis exploradores dos recursos naturais do planeta.
Pois são eles os verdadeiros responsáveis pela situação calamitosa do meio ambiente terrestre. São eles os grandes poluidores da Terra, os maiores degradadores dos ecossistemas da biosfera.
É curioso que foi justamente o Japão que, ao lado dos EUA, por reiteradas vezes, se recusou terminantemente a assinar os acordos internacionais, a exemplo do protocolo de Kioto, que visavam diminuir os atuais níveis de emissões de gases poluentes na atmosfera.
A lembrança do Furacão Catrina em Nova Orleans ainda não saira da mente dos norte-americanos e agora, o que ocorrera no Japão deve servir com alerta para todas as nações do mundo, notadamente aquelas que se autodenominavam proprietárias das riquezas ambientais do globo.
É preciso saber que a Terra é a única morada que temos. Que a natureza é uma só. E que para tanto, não existe fronteira. Ou o mundo se une para defendê-la, enquanto há tempo. Ou mesmo separados por nossas absurdas ideologias e interesses mesquinhos, juntos haveremos de sucumbir. Do contrário, cabe a pergunta: afinal de contas, que tipo de planeta haveremos de deixar para à posteridade, assim como para nossos filhos e netos?
A defesa do meio ambiente e dos recursos naturais precisa virar com urgência, uma prioridade mundial. A pauta número um de todas as agendas das nações da Terra. Do contrário, seremos fatalmente engolidos pelos efeitos da nossa própria ignorância, prepotência e arrogância.
Haveremos, quem sabe de conhecer e vivenciar tragicamente o mesmo destino, o mesmo fim que um dia tiveram os dinossauros a cerca de 65 milhões de anos...
A situação por que passa o planeta é muito mais grave do que podemos imaginar. Em breve o mundo irá conhecer as primeiras levas de milhares de refugiados ecológicos. Um fato nunca dantes experimentado em toda a história humana.
Países inteiros desaparecerão engolidos pelos oceanos em face dos efeitos provocados pelo aquecimento global. As chamadas nações insulares da terra serão as primeiras vítimas do mau que os grandes fizeram contra a natureza. Os povos dos países-ilhas principalmente da Polinésia, a exemplo de Tuvalu, Maldivas, Ilhas Fiji, Kiribati e muitos outros como Granadas no Caribe já estão se preparando para o pior. A evacuação em massa será a única saída possível para estas nações que quase nada fizeram de ruim para a natureza. No entanto, estão sendo obrigadas a pagar o maior preço.
Muitas destas nações já estão vivenciando o principio do fim. Já provam do sabor amargo que tem o caos. O mar já avançou consideravelmente sobre suas terras férteis. As águas salgadas já poluem seus lençóis freáticos, comprometendo suas poucas fontes de água doce. Sua flora e sua fauna já começam a sucumbir diante da saturação do sal no solo. A agricultura começa a se tornar uma prática impossível. A situação é insustentável.
Contudo, a mídia mundial sustentada que é pelos poderosos tenta esconder de todos nós esta verdade deveras inconveniente. Como se nada de grave estivesse a acontecer com estes povos.
Ou mudamos agora sem demora, ou a vida se tornará de vez inviável no planeta. O mundo precisa de um novo paradigma. De uma nova forma de convivência holística, harmoniosa e respeitosa baseada essencialmente no princípio da tolerância, da coexistência pacífica entre os povos e da sustentabilidade ambiental.
Ou mudamos para melhor ou avançaremos para o fim. Daqui a pouco tudo isso será um caminho sem volta. Visto que já estamos adentramos a passos largos o ponto limite desta caminhada destrutiva e calamitosa. A hora é já.
Que as catástrofes naturais do Japão nos sirvam de exemplo, uma vez que tantos outras ao longo da história recente, ao que parece nada valeram.
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Por: José Cícero
Prof. de Biologia

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