sábado, 7 de dezembro de 2013

Meu mundo, minha vida. Meu não-lugar*

Cada lugar que eu passo e vejo pela primeira vez na vida é um universo estranho e maravilhoso, além de carregado de múltiplos significados e de outros sentimentos inexplicáveis. Coisas que só posso dividir comigo  na mais pura solidão do meu Eu profundo.


Algo que, ao tempo em que me enche de curiosidades e de estranhamento, também me faz sentir saudades das coisas que sequer presenciei, mas as imagino intimamente no meu âmago como quem as tivessem vivenciados noutros tempos, no calor da idade, muito mais que os  que por ali nasceram.
Oh! Como é cruel sentir-se como quem tivesse  todas as idades, as dores, as saudades e os sentimentos do mundo. Mas esta é a vida que levo e que tenho  sobre meus ombros cansados de tantos sonhos, cujos vazios tento à pulso, preenchê-los com estas lembranças que eu não entendo porque as sinto assim, demasiadamente.
Românticas saudades a escorrer entre os meus dedos.  Vontades de tê-las vivido em seus momentos. Em todos os passados possíveis em meio as tragédias, as vitórias, as alegrias e as aventuras humanas nos seus maiores instantes de felicidades. Reminiscências e desejos que me atormentam a onde quer que eu vá. Utopias dos poetas insensatos como igualmente de todos os que não têm motivos algum para acreditar em nada disso. Ânsia de conhecimento e de vivências imortais. Medo e mistério do desconhecido.
Mas eis que tudo o que é desconhecido me provoca e me comove ao ponto de eu às vezes nem saber  de que lugar eu possa ter vindo. O mundo é o meu não-lugar. Sou de outras vidas. De múltiplas moradas... Acho que morri tantas vezes que foram preciso. Renasci quando foi possível e necessário. Sou filho do tempo. Razão porque tenho em mim todas as idades do mundo.
Tudo me comove e mexe com meus sentimentos sempre quando me deparo como os espaços desconhecidos. Paisagens, histórias e figuras que povoam de algum modo a memória do meu esquecimento. Assim como tudo me enche de vontades de viajar no túnel do tempo. De retroceder apenas para puder testemunhar como tudo aquilo aconteceu no seu pretérito.  
Incrível sensação pela qual sofro calado. Visto que não é tão fácil ser um sujeito diferente  movido pela sensibilidade,assim como  pela necessidade de ser atemporal. De não aceitar e, tampouco compreender com a infinda naturalidade dos mortais a superficialidade fria e morta das coisas em sua aparente normalidade.
---------------------------
(*) José Cícero
Aurora - CE.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja Bem-vindo ao nosso Blog Literário