Cada lugar
que eu passo e vejo pela primeira vez na vida é um universo estranho e maravilhoso, além de carregado
de múltiplos significados e de outros sentimentos inexplicáveis. Coisas que só posso dividir
comigo na mais pura solidão do meu Eu
profundo.
Algo que, ao tempo em que me enche de curiosidades e de estranhamento,
também me faz sentir saudades das coisas que sequer presenciei, mas as imagino intimamente no meu âmago
como quem as tivessem vivenciados noutros tempos, no calor da idade, muito mais
que os que por ali nasceram.
Oh! Como é
cruel sentir-se como quem tivesse todas
as idades, as dores, as saudades e os sentimentos do mundo. Mas esta é a vida
que levo e que tenho sobre meus ombros
cansados de tantos sonhos, cujos vazios tento à pulso, preenchê-los com estas
lembranças que eu não entendo porque as sinto assim, demasiadamente.
Românticas saudades
a escorrer entre os meus dedos. Vontades
de tê-las vivido em seus momentos. Em todos os passados possíveis em meio as tragédias, as vitórias, as alegrias e as aventuras humanas nos seus maiores instantes de felicidades. Reminiscências
e desejos que me atormentam a onde quer que eu vá. Utopias dos poetas
insensatos como igualmente de todos os que não têm motivos algum para acreditar em nada disso. Ânsia de conhecimento e de vivências imortais. Medo e mistério do desconhecido.
Mas eis que tudo o que é desconhecido me provoca e me comove ao ponto de eu às vezes nem saber de que lugar eu possa ter vindo. O mundo é o
meu não-lugar. Sou de outras vidas. De múltiplas moradas... Acho que morri tantas vezes que foram preciso. Renasci quando foi possível e necessário. Sou filho do tempo. Razão porque tenho em mim todas as idades do mundo.
Tudo me
comove e mexe com meus sentimentos sempre quando me deparo como os espaços
desconhecidos. Paisagens, histórias e figuras que povoam de algum modo a
memória do meu esquecimento. Assim como tudo me enche de vontades de viajar no
túnel do tempo. De retroceder apenas para puder testemunhar como tudo aquilo aconteceu no seu
pretérito.
Incrível sensação pela qual
sofro calado. Visto que não é tão fácil ser um sujeito diferente movido pela sensibilidade,assim como pela necessidade de ser atemporal. De não
aceitar e, tampouco compreender com a infinda naturalidade dos mortais a superficialidade fria e morta das coisas em sua aparente normalidade.
---------------------------
(*) José Cícero
Aurora - CE.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seja Bem-vindo ao nosso Blog Literário