De
repente, não mais enxerguei a cor dos seus lindos olhos.
Em
seguida, lágrimas e vaga-lumes pintaram seu rosto de melancolia
naquele
instante eterno de quase morte.
Flores
nos lábios,
além
de todos os sabores de frutos silvestres em sua língua.
Um
beijo apenas...
Eis
a despedida que eu não queria.
Desde
então, pássaros noturnos passaram a fazer ninhos
em
seus cabelos longos e fartos desde
aquele dia.
Um
choro trancado no peito.
Depois,
um acesso de saudades e de incontidos desejos.
A
noite banhou-se de luto quando partira.
E
quando se fora, nasceu
ali mesmo a madrugada fria.
Logo
depois, um silêncio de aço ficou comigo.
Em
meio as formigas vorazes.
Como
reminiscências antigas
num
vai e vem interminável na minha porta.
Enfim,
um sussurro.
Um
aceno espremido entre seus dedos.
Apenas
um beijo.
Nada mais se sonharia.
E
eu, depois de tudo aquilo
enchi-me
de lembranças.
Quando
ela lúbrica, linda e chorosa
em
seu último Adeus
dissera
outra vez que me amava.
E foi
assim que criou asas.
Não
sei se passarinho ou se formiga.
Só
sei que fora obrigada a ir embora
voando
pela madrugada
junta
com todos os pássaros da floresta.
..............
JC/Aurora - CE.
Imagens ilustrativa: https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images