Tenho prisões em meus olhos,
quer estejam
abertos ou fechados.
Milhões de masmorras
e gaiolas de ferro
sob meus antigos
sonhos alados.
Há descaminhos vários em meus pés cansados,
além de lembranças dos
ninhos felizes que construi
e que deixei pelos caminhos
quando fui um dia destes matos retirado.
E agora, ao redor
de mim, tantos abismos cavados
por todos estes carrascos.
Gentes: bichos insones e insensíveis.
Horrendos fantasmas se dizendo humanos.
Desde então, por onde quer que eu ande
tenho comigo, por
todos os lados: Imensos perigos.
Invés de voos libertos com outros pássaros...
Tantas gaiolas de aço e telhados de vidros.
Céus de chumbo em
meus planos.
Utopias e sonhos engaiolados
que há muito carrego comigo.
Nada mais além disso, me apraz no mundo.
Sou pobre passarinho aprisionado.
Estou condenado pela insensatez dos homens.
Pelo crime do meu cantar, dantes alegre e afinado.
Sou Ìcaro-pássaro preso
em meu desejo alado.
Destino ingrato de quem um dia ousou voar alto.
Passarinho colorido.
Preso a uma vida chata e sem nenhum sentido
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José Cícero (inédito.2014)
Aurora – CE.
Foto: JC
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