O oceano que conheço desde muito
é este rio matuto que ainda corre calmo e lento
sobre o chão sagrado do meu terreiro imenso.
Pura imagem que eu tenho de antigos anos.
Coisas indeléveis que sempre lembro
e que jamais me esqueço.
O mar que sei e que ainda hoje trago nos olhos
é este caminho pulsante de lágrimas adolescentes
que sempre me segue serpenteando,
como uma cobra d'água
por entre os montes e por entre os matos.
Rio moleque que brincava comigo
nos meus idos anos de menino.
Enchentes e invernadas de saudades
e outros sentimentos tantos...
Coisas que não se foram com as águas.
Rio eterno que carregou dentro do peito,
como que represado para todo o sempre.
Rio que me segue onde quer que eu ande
pelas bibocas do mundo e pela vida adentro.
Rio calmo e valente.
Rio raso e profundo...
E que às vezes o tenho ainda farto
como antes em meus olhos correndo.
Rio da minha infância.
Manancial de lembranças e de afeto
a se derramar sobre as reminiscências.
Rio do meu tempo que tanto amo.
Rio passado em que mergulho fundo.
Rio Salgado.
- o rio mais belo e mais doce
que há no mundo.
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Por José Cícero
In Minhas Metáfora(2014) inédito
Aurora - CE.
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