sábado, 18 de junho de 2011

Meu último instante...

Morri agora mesmo.
Um colapso!
Não sei ao certo.
Nada mais me interessa
Neste instante derradeiro.
Nada de receituário
Ou diagnóstico médico
Estou vazio de tudo
E de mim mesmo.
Nada mais eu quero

Como nada quis de fato
A vida inteira.
Apenas vivê-la
O quanto pude
Desmedidamente
E com tal intensidade.
Que agora estou leve
Sem seu insuportável peso
Sobre meus ombros cansados.
Morri.
Nada sei do que acaso me espera
Do outro lado da fronteira.
Se outra vida suprafísica
Ou o nada absoluto
dos agnósticos.
Puro pó da terra.
Húmus, adubo biogeoquímico.
Imensa dúvida que carrego.
Um vazio.
Um lenitivo.
Quisera um refrigério.
Nada sei ao certo
Do futuro da existência
Do além-túmulo.
Estou vazio de tudo,
E de mim mesmo.
Do sofrimento da vida
e da covardia das pessoas.

..........
Jc in Minhas Metáforas prediletas(Inédidtas 2011)

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