Insisto, pois foi Lacan que me disse.
Que eu nunca desistisse
de pensar o mundo como o vejo e sinto
do meu jeito subjetivo,
carregado de sentido
e estranhamento.
Como igualmente,
pela ótica insubmissa e racional
de todas as ciências psicanalistas e filosóficas
que manuseio entre meus dedos.
Humanismo histórico e sobrevivente
que me restou do mal e do medo
quando um dia eu quis pensar a vida
de um modo diferente e por mim mesmo.
Cartesiano absolutismo.
- Antigos tempos de luzes insistentes.
Iluminismo roto - literal estrupício.
Razão que Cogito, muito além de tudo o mais que existe.
De Sartre, Kant e Nietzsche –
Múltiplas esquisitices e outras coisas minhas
que eu diria: nem Freud explica;
ante a barbárie cada vez crescente...
Caos cultural de toda gente.
Terror social que ora se instala como que para sempre
no escuro dos olhos dos poetas tristes.
E no coração de pedra dos acadêmicos vazios.
Solo estéril de tudo.
Semente que morreu.
Sede de conhecimento universal.
Crise pensamental
de uma civilização inconseqüente
ora sem jeito.
Hecatombe ambiental.
Capitalismo insano e mortal.
Gente gregária.
Plebe ignara.
Rasteira filosofia dos salões do mundo.
Escrava nua –
Visão sibarita de todo mau civilizacional.
Plena política - Concubina social
que nos devora e escraviza a consciência.
Vampíricas utopias.
Formigas de roças –
a carregar sobre as costas
toneladas e toneladas
de letras sem graças e mortas.
Famélica e sanguinolenta poesia
sobrevivente de uma guerra suja e fria.
Nauseabunda ontologia
que nos envergonha e devora.
Resquícios do pensamento transcendental.
Sociedade contemporânea: tragédia,
subproduto da catástrofe ocidental.
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(*) José Cícero - Secretário de Cultura
Aurora - CE.
In "Minhas Metáforas prediletas" - Inédito(2012)
Imagem ilustrativa: nonas-nonas.blogspot.com
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