segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

NADA QUE SE SAIBA...


Com quantos vaga-lumes será possível
tecer uma noite clara?
Quem sabe, uma lua e meia.
Minguante ou cheia.
Uma rasga-mortalha desgarrada.
Uma noite inteira escura ou enluarada.
Uma coruja solitária.
Uma chuva fina se precipitando numa poça d’água
Quem sabe, uma sombra dupla de gente abraçada
namorando ou se espreguiçando ao longo da antiga estrada.
Uma silhueta de mulher pelada.
Uma chama acesa. Uma ardente fogueira.
Uma viva brasa.
Uma vontade danada.
Ou ainda quem sabe,
tudo o mais que acaso o valha.

Negrume e vaga-lumes.
Profunda escuridão sem uma viva alma.
Nada mais que se diga
ou que se saiba.
Uma quentura.
Uma conversa despudorada.
Um canto estridente de cigarra.
Uma noite escura e solitária.
Um medo de assombração e alma penada.
Uma aventura extrema.
Um arranhão por espinho de jurema braba.
Um frio na barriga.
Um arrepio de pele.
Uma carícia de mulher amada.
Uma utopia desvairada.
Uma insensatez das trevas.
Uma idéia vaga.
Vaga-lumes imitando estrelas,
sonhos alados de pássaros.
Noite clara, bichos noturnos.
Desejos e mistérios
e mais nada.
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