segunda-feira, 20 de maio de 2013

(En)quanto é tempo...*

Por José Cícero

Enquanto é Tempo

Ame-me enquanto é tempo.
Porque o tempo por si mesmo
é célere e ligeiro.
Nada do futuro  ou do amanhã existe .
Além de mim nada é por inteiro.
A vida é fugaz, como passageiro
é todo e qualquer sentimento.
Meu amor é tanto.
E meu querer intenso.
Meu tempo é quando.
Além de muito  pouco e pequeno,
o sonho de todos os poetas
tidos como utópicos e  aventureiros.

Ame-me intensamente
e tão sem medo.
Enquanto é tempo.
Porque o tempo,
é um mero instante.
Um abstrato momento
assaz transitório,
a escorrer por entre o dedos.
Pródigo quase sempre,
em contrariar os segredos.
Meu desejo é tanto
e um tanto quanto
ousado e imenso...
Todo o meu sentimento.

Viva demasiadamente
o teu momento.
Sem angústia e ansiedade.
Porque o tempo é célere
E a vida breve.
Como é breve e célere,
Certamente...
todos os instantes de felicidade.

Ame-me de verdade.
Agora e sem demora.
Como alguém que teme a morte.
Ou que não está nem aí
Para este pensamento
escatológico.
Ame-me, simplesmente.
E isso é o bastante
para que possamos
construir o sonho possível
do eterno instante.
Ame-me tão somente
como quem deseja
a qualquer custo acreditar
que é possível amar.
E assim ser feliz  eternamente.
Como para todo o sempre.
.................................................
José Cícero
Aurora - CE
Inédito/2013
Foto ilustrativa da Internet.
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Um comentário:

  1. Belíssimo Poeta! De uma inspiração ímpar!
    Meus aplausos sempre para tuas obras maravilhosas e de grande talento literário!
    beijos ternos

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