Há muito eu tenho e carrego dentro de mim
por onde quer que eu vá ou ande.
- Mil demônios.
Quem sabe morando no meu âmago mais profundo.
Inquilinos sem nenhum escrúpulo.
Razão porque nunca estou seguro,
quando não sozinho
na companhia de mim mesmo.
Contudo, na
escuridão do meu juízo
tenho também alguns anjos tortos
- querubins e arcanjos decaídos.
Todos disfarçados como pierrôs danados
pulando e tamborilando antigos carnavais
e frevos pernambucanos
nos meus tímpanos.
Como de resto, no
meu cérebro alucinado.
Além de todos eles,
ainda tenho e sinto comigo,
Talvez por puro convencionalismo roto,
fantasmas horrendos, que suponho,
serem todos os
meus inimigos íntimos.
Seres vis e perigosos.
Dignos de pena e de cuidados.
Plebe ignara e políticos corruptos
que me perseguem
sem compaixão ou piedade
pela vida a dentro...
Bichos safados, imundos e prostituídos
correndo atrás de mim pelo mundo.
Expondo-me ao perigo
do meu próprio racionalismo.
Como ainda, a sacanear meu senso crítico
e o tempo todo pondo-me em risco.
Perseguido que sou
por uma multidão
de moribundos cachorros
que ainda por cima, se dizem civilizados.
Humanos irracionais e putrefatos.
Sociopatas escravizados.
Doentes animais mundanos...
Cães sardentos e danados...
Atravancando a paz do meu espírito,
além da retidão do
meu caminho
e do meu caráter.
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(*) José Cícero
Aurora – CE
foto: Jc/14
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