domingo, 29 de julho de 2012

ANO 2013 - 120 ANOS DO NASCIMENTO DO POETA SERRA AZUL

NATUREZA RITMADA

Inconfundível com os demais poetas, sua poesia é de cunho cientifíco- filosófico, não cultivado no Brasil. Seu livro“Natureza Ritmada” é prova disto e “Versos Bucólicos”, uma continuação do gênero predileto. Seu 1º livro publicado“Alfabeto das Musas”, exaltando nomes de mulheres fictícias, tem mais filosofia que lirismo ou devaneio amoroso.
De alma jovem e vibrante, amava a mocidade, instruindo e estimulando-a, pois tolerava e até exaltava as produções que tivesse conteúdo, pureza de linguagem e sentido compreensível.Sua emotividade é extrema e a facilidade com que elogia obras da natureza,esmaga meio mundo quando verbera os defeitos sociais. Referenciamos aqui,sua vida e sua obra, que encerram particularidades tão complexas, seu caráter e independência de espírito, suas atitudes, sua moral inquebrantável na pureza de costumes e persistência na busca de conhecimentos e sua bondade.
Obras: Alfabeto das Musas, Natureza Ritmada, Versos Bucólicos, Reflexões de um Rebelado, Cronologia de Homens Ilustres e trabalhos inéditos.

PRIMEIRA PARTE

ALFABETO DAS MUSAS

(Glorificação das letras do alfabeto)

ALICE

...E enfim não houve céu que eu não subisse,
Campos de flores que eu não percorresse,
Mares e abismo a que eu não descesse,
A ver se achava o que imitasse Alice

Cheguei ao mar e a pérola me disse:
- "Quem sou eu? Ah! Se tal me parecesse!"
Nem houve flor que inveja não tivesse
Nem estrela que ciúme não sentisse.

E na jornada espiritual que à face
De tudo andei, niguém achei que fosse
Digno de que com ela eu comparasse.

Não encontrei, nem encontrei quem visse
Formosura no mundo como a doce,
Cheia de graça e angélica de Alice.

(Nota:-
Este soneto tem a particularidade de ter as rimas
em isse, esse, asse (ace) e osse (oce). Rimas heterofônicas
no segundo quarteto (parecesse/tivesse), apesar de
homográficas. É um exemplo de prosopopéia.
O primeiro verso do primeiro terceto é um
exemplo de mesodiplose.)
* * * * *
BEATRIZ

É mais formosa que a Beatriz do Dante
Porque, se aquela fosse assim tão bela,
O poeta não teria tido aquela
Visão de inferno e glória ao mesmo instante.

Porque quem vir Beatriz, estou que cante
Somente a glória que ela, em si, revela.
E só poderá ver inferno adiante
Ou purgatório, estando ausente dela.

Assim para a beleza ser completa,
É preciso ter na alma a formosura
Que se ajuste à dop corpo em linha reta

E esta beleza da alma se apresenta
Em Beatriz, na virtude e na ternura
De que a beleza dela se ornamenta.

(Nota:- Dante, autor da Divina Comédia,
que foi guiado por Beatriz. Alusão e ironia,
figuras de pensamento).
* * * * *
CARMEN

_"É tarde! -exclamam os altivos montes...
E Carmen não saiu com seus fulgores,
Para banhar de luz nossos pendores,
Mudar em ouro as lágrimas das fontes!"

A árvore, a rocha e os animais, as frontes
Curvam, dizendo; _ "Onde ela está, pastores?
_Quem vem trazer o aroma para as flores?
_Quem vem pintar de rosa os horizontes?"

Há pelos ramos módulas endeixas.
Chora o bosque, saudoso, e, ao mesmo instante
Soam, na selva, sonorosas queixas...

Mas, enfim, ela chega e tudo cora
Perguntando; _"Onde estavas, doce amante?
E ela, sorrindo; _"Eu acordei agora!"

* * * * *
DOLORES

Irmã gêmea do dia que esmaece
Com os últimos lampejos do sol-poente,
Ela se evola, à proporção que desce
A terra, a noite lúgubre e silete.

A impressão que deixou seu vulto ausente,
_Semelhante à expressão que transparece
Da Virgem Dolorosa, _inspira ao crente
A contrição o sonho, o anseio, a prece...

Onde ela não passou, a sombra errante,
Estão a germinar crimes e horrores,
O vício, a morte, o mal, a todo instante...

Mas quando a aurora surge em seus albores,
A luz com um riso etéreo e deslumbrante,
Segue, beijando os rastros de Dolores.

* * * * *
ELOÁ

Foi na hora que Jesus ao céu subia
Que Eloá de uma lágrima nasceu,
Das lágrimas vertidas por Maria
Na mesma noite em que Jesus desceu.

Como no oceano a pérola nascia
Das lágrimas de dor que o mar verteu,
Assim, na dor que à Mãe de Deus feria,
A pérola Eloá do céu desceu.

Por isso é que ela, na Semana Santa,
Não quer aparecer, não ri, não canta,
Na sua religiosa solidão.

E porque ela se isola, a Natureza,
No mundo espalha universal tristeza
Por toda Sexta-Feira da Paixão.
* * * * *
FLORIPES

Quem dos Pares de França ouviu a lenda
Sobre quem teve o nome assim, que um dia
Um deles desposou, talvez entenda
Que eu fale dessa flor da Alexandria.

Não é, porém, nem de outra que estaria
Lá. Digo para que ninguém empreenda
O plano de, atualmente, ir à Turquia
Ser o Gui de Borgonha da legenda.

Que o brasão dos antigos cavaleiros,
Alcança mesmo sem brandir a espada
Do incrível Roldão ou de Oliveiros.

Aquele que auferir a alta ventura
De vê-la aqui, mais bela que a sonhada
Floripes, que na fábula figura.

(Nota:- Floripes, amor de Gui de Borgonha,
um dos doze Pares de França, como
Roldão ou Oliveiros)

* * * * *
GUIOMAR

_"Guiomar! Guiomar!" Em todo som que havia
Na voz do vento e na amplidão infinda
Do mar, que o mesmo nome repetia,
Foi o que ouvi naquela noite linda

_"Guiomar! Guiomar!" Repete o oceano aínda
(Pois é ela, que o embelece e o acaricia,
Cuja luz suave o torvo aspecto alinda
E muda o triste pranto em harmonia)

Ele, que chora sempre eternas mágoas
Freme, e, logo que a encara, à flor das águas,
Um gozo extremo do último revela...

E a causa - ao lhe indagar _(que sempre o dome
A causa!) faz-me ver que é de seu nome
Ser a terminação do nome dela.

* * * * *
HELENA

Quem viu da Arcádia a história da princesa,
Filha de Leda e Tíndaro, não diga
Que falo da que foi raptada e presa
Por Páris, _causa da troiana intriga

Falo da que, por mágica estreiteza,
Á formosura helênica se liga
Com o mesmo nome e a heráldica beleza
Que era a graça e o esplendor da Grécia antiga.

E é superior à bela grega! É pena
Não ter agora como bela Helena
Os poetas e os pintores que a endeusaram!

Falta a lira pagã de Homero, agora.
Faltam os deuses que a celebrizaram
Na arte, no amor, na estética de outrora.
(Nota:- Alusão à Helena de Tróia)

* * * * *
IDILVA

Idilva, arcanjo ideal, criança loura,
De róseas faces, lábios purpurinos,
Tem traços celestiais e alabastrinos
De Angélica visão deslumbradora.

O áureo esplendor de seus cabelos finos,
Embaça a luz do luar e o sol desdoura
E, com seus olhos meigos e divinos,
Deslumbra a própria Vênus sedutora

Onde ela passa, ofuscam-se os fulgores
Do sol; obumbra-se o verdor do prado;
E festejam-na os pássaros e as flores.

E um cortejo de estrelas que a acompanha,
Se apaga, enfim, por tê-las ofuscado
O sol, dourado os cimos da montanha.

* * * * *
JULIETA

Tudo, ao vê-la passar, se ajoelha e reza
Pois, de segui-la, tudo tem desejo
Aonde quer que ela vá. No entanto vejo,
Que, por modéstia, tudo ela despreza.

Se é dia, o sol com reverente beijo,
Imprime o amor em toda a Natureza;
Se é noite, a lua vem com seu cortejo
De estrelas, sob o céu cor de turquesa.

Seus encantos, só sabe decantá-los,
Quem, às mãos, sustiver a harpa do vento,
Quem, dos astros, tiver na fronte, os halos.

Decantá-la, um mortal, que atrevimento,
Se ela é raimha de quem são vassalos
O vento, a luz, o mar e o firmamento?!
* * * * *
KORA
Kora com K? Por que razão escreva
Assim, não sei. E, ao mesmo tempo, julgo
Que sendo a mais ideal das ilhas de Eva,
Queira, em tudo, ficar fora do vulgo.
_"Este exotismo pelo ideal promulgo!"
Diz-me ela ao lhe indagar. E a crer me leva
Que alguma cousa gótica divulgo
E alguma cousa jônica me enleva.
Emblema de três raças, deste modo,
Mostra o gênio de um dórico e de um godo
Com a castidade das donzelas sírias...
E a se banhar no seu olhar sereno;
Julgo ver em Castália ou ver no Reno,
Antiga Deusa ou uma das Valquírias.
* * * * *
LAURA
Quem a veja não há (ditosa e santa,
Porque está muito longe de imitá-la
A própria Laura, a quem Petrarca canta)
Que não deseje, então, para exaltá-la.
Ser, com fogo na voz que se levanta,
Doce e mavioso rouxinol que fala
E com voz de sereia na garganta
Novo Petrarca, enfim, para cantá-la.
Do alto as estrelas curvam-se radiosas
Magnetizadas pela maravilha
Momentânea das faces luminosas
Com que seduz a todas, pelo espaço,
Mostrando um sol em cada olhar que brilha,
Movendo um claro céu a cada passo.
(Nota:- Alusão ao amor de Petrarca.
A chave do terceto final conclui com
duas belas metáforas, com a anáfora,
figura de repetição.)
* * * * *
MARGARIDA

O nome da margarida figura nos dicionários com várias
significações poéticas:
a) nome próprio de mulher;
b) no reino vegetal - nome de uma flor;
c) no reino animal - nome que dão à pérola extraída da
concha marinha;
d) no reino mineral - nome de uma pedra preciosa.

Entre Rosa, Violeta e Margarida,
Ninguém soube, jamais, dizer qual era
Das três, a flor que mais enfeita a vida
Cada qual, no seu gênero, a exagera.

Creio, porém que, sobre as mais, impera
A última, quer no lar, quer na avenida,
Nos campos, nos jardins. Se alguém duvida,
Bem pode se informar da Primavera.

Ela, enfim, representa a Natureza
Em seus três reinos dividida . Em fina
Pérola, no animal se representa.

Prende-se à flor e à gema que se ostenta
No mineral. E em tudo, assim, domina:
No perfume, no brilho e na beleza.

(Nota:- A nota inicial do Poeta se desenvolve
como num epânodo (figura de repetição), com
fina ironia no 4° verso do 2° quarteto).

* * * * *
NAÍDE

Não sei bem se Naíde se chamava
Ou Náiade, porém, com perfeição
Me lembro que o seu nome principiava
Com a mesma letra com que escreves - Não!

Sei que aos seus pés o mundo se prostrava,
Como a implorar promessas ou perdão
E após a Natureza me contava
O segredo da própria confissão.

Era todo o Universo apaixonado
De Náiade ou Naíde aos pés prostrado.
Com quem chora aos pés de um confessor.

E embevecido em sua formosura
O mundo todo em luz se transfigura
Numa perfeita confissão de amor.
* * * * *
OLGA

Olga!... Aos ditosos ares onde assume
Tua figura angélica e dourada.
Pensa-se ver um cisne de Prudhomme,
Quando, num lago azul, cantando, nada,

Deus fez o céu de forma arredondada
Como a indicar a letra do teu nome
E a todo sol na esfera constelada,
Manda, também, que a mesma forma tome!

Prevendo o teu encanto, a Natureza
Traçou elipses ou circunferências
Em tudo quanto fez grande no mundo.

E para harmonizar com tal beleza
Com a mesma letra Deus faz reticências
De luz e de astros pelo azul profundo.
(Nota:- Prudhomme, poeta parnasiano francês)
* * * * *
PALMIRA

No manancial que diariamente espera
A uma hora certa o banho de Palmira,
Ouve-se o sol dizer: _Ah! Quem me dera
Ser essa fonte! E a fonte então suspira.

-"Antes quisera ser o sol que gira
Na altura, a vê-la em tudo da alta esfera!"
(Pois que Palmira uma hora só a inspira
Durante vinte e quatro que a lacera!)

Diz a floresta: -"Quero ser a aurora"!
A aurora diz: -"Quisera ser a escura
Alcova, que com sua luz se aclara!"

Murmura a luz: -"Que querem mais agora?"
Aurora, sol, floresta e fonte pura,
Como se fartarão com luz tão rara?!

(Nota:- Rimas em era, ira, ara, ura e ora)
* * * * *
QUITÉRIA

Por que o teu nome é feio, não se deve,
Todavia esquecer tua beleza
Pois que, com esta letra, não se escreve
Um nome belo em língua portuguesa.

Basta ser bela, para o nome, em breve
Transformar-se em brasão de alta nobreza.
Pelo que, não existe, com certeza,
Um nome de mulher que não se eleve.

Como a noite que horror nos anuncia
Mas o clarão do luar e das estrelas
A faz cheia de encanto e de poesia,

O teu nome, Quitéria, teve a sorte
Daquelas noites que se tornam belas
Com as auroras boreais no Polo Norte.


(Nota:- Quitéria começa com a letra "Q",
permitindo ao Poeta glosar o "que" de
diversas maneiras: no 1° verso - por que;
3° verso - pois que; 7° verso - pelo que;
8° verso - que não se eleve; 9° verso
- que horror nos anuncia; 13° verso
- que se tornam belas).

* * * * *
ROSA

Com as rosas da saúde que florescem
Nas pequeninas mãos, na face pura
E outras que em seus cabelos de ouro tecem
Uma auréola de rosas que fulgura

Na fronte, um véu de transparente alvura;
Vai para a igreja. É noiva. Os anjos descem
E, com as capelas de ouro, lhe oferecem
Todas as rosas dos jardins da Altura.

Mas ninguém me pergunte quem seria
Esse noivo feliz, porque, tal dote,
Só mesmo um Ser Divino o merecia!

Pois que todos a viram, ajoelhada,
Recebê-lo das mãos de um sacerdote
No ministério da Hostia Consagrada.
* * * * *
SARA

Na noite em que a exalcei, aos céus erguia
A vista, e via em festa o firmamento
Do assento de uma estrela para o assento*
De outra estrela que além folgava e ria.

Um milhão de girândolas subia,
Soava na altura mágico instrumento
E buscando eu saber por que seria
Tanto alvoroço, pela voz do vento

As estrelas, com frases comovidas
Nun claro gesto de alegria pura
Me dizem sumamente agradecidas.

_ "Em louvor do teu verso que compara
Nossa apagada e mísera leitura
Com a imagem bela e cândida de Sara".

(Nota:- Mesoteleuto de assento e mesodiplose
de estrela nos versos 3° e 4° (fuguras de
repetição).
* * * * *
TEREZA

Esta, por quem se esmera a Natureza
Em conserva-lhe um duplo encantamento,
Ergue à feição humana, um monumento
Moral em toda a sua singeleza.

A luz da graça e do aperfeiçoamento,
_Tesouro de virtude e de beleza
_Mostra também, os dotes do talento
Como assim se ilustrou santa Tereza.

Tal como Júlio César se decide
A imitar Alexandre em sua glória
E que mais tarde o fez assim, progride

Tereza tendo sempre de memória
A Santa de seu nome que preside
Seus atos, quer na vida, quer na História.

* * * * *
URÂNIA

Um dia Urânia veio à terra e após,
Apolo fala e ordena à maior parte
Dos grandes deuses que de toda parte
Acordem, todos, à apolínea voz:

_"Que ordena o meu senhor?" _"Vá um de vós
Atrás de Urânia que fugiu!" Desfarte,
O mais violento que é o guerreiro Marte,
Resolve, então se aproximar de nós.

Mas Netuno, Saturno, Urano, Vênus,
Mercúrio, Jove, grandes e pequenos
Deuses fazem a Apolo objeções:

Que, como Cristo viera noutra idade,
Ela viera ensinar à humanidade
A estrada de ouro das constelações.

(Nota:- Soneto mitológico.
Urânia é a Deusa da Astronomia.)

* * * * *
VIOLETA

A um enxame de abelhas e falenas
Com que o aladomSísifo no ar se cruza,
A Primavera reúne as filhas, plenas
De orvalho, _o vinho que entre as flores se usa.

_"É o natalício de uma que se acusa:
E és tu, Violeta, que entre nós ordenas
E que sucesso tal se reproduza
Sempre, por Flora!" _dizem as verbenas.

Como uma deusa entre as irmãs formosas
Recebe abraços, parabéns e beijos
De açucenas, de lírios e de rosas...

E Violeta, apesar de ser humana
Para acender das outras aos desejos,
Ficou sendo das flores soberana

* * * * *
WALDA

Nasceu talvez num dia em que no Reno
Lançasse o sol o disco avermelhado;
Pois que mostra com algo de encantado
Visor de fada no seu porte ameno

Seus olhos têm a cor do céu sereno
O seu cabelo é um nimbo de ouro ondeado
E o próprio chão se orgulha em ser pisado
Pela alva planta do seu pé pequeno.

Da sua voz o timbre lembra o coro
De Eurídice, ao compasso de uma orquestra*
Por ágeis mãos tangida em liras de ouro

Mas o que mais me atrai na doce Wanda
É o nobre aspecto de guerreira destra
Que abate os leões nos reinos de esmeralda
(Nota:- *Mitologia. Eurídice, mulher de Orfeu.)
* * * * *

XIMENA

À Grécia, outrora a combater os males,
Vieram Pítacus, Bias e enfim os sete*
Filósofos que a História aínda repete
_Sólon; Mison, Quilon; Periandro, Tales.

Com a mesma origem veio aos nossos vales
Ximena, tendo em cruz, um ramalhete
De flores, que lhe ofertam, num banquete
Todo o essencial licor que tem no cálix

Quando ela surge, animam-se os verdores
Em seu louvor, na música do ninho
Voam cantando, alados trovadores

Em cada ramo canta um passarinho
E o vento a segue sacudindo flores
Pelas areias brancas do caminho.

(Nota:- O Poeta relaciona os 7 sábios
da Grécia Antiga.)
* * * * *
YÊDA

É uma incógnita algébrica a figura
Dessa deusa oriental de estranho porte
Como o Japão, de exótica postura
De água e vulcões é um lírico recorte

Mais que as outras se mostra altiva e forte
Na arte das construções e arquitetura
Que à guisa de pilar ou de suporte
Sustem os vigamentos da estrutura

Tem a forma da lira e os esplendores
Dol sol, na voz a célica harmonia
Como que a musicar as sete cores

Do arco-íris que a seus pés mostra a leveza
De um sonho a parecer que se extasia
Em ascensão a própria Natureza.
* * * * *
ZAÍRA

Não, Não* seja eu com minha musa calma
Quem cante os dons de tão divino ser,
Que o poeta, enfim, que há de levar a palma
Porque os cante, está aínda por nascer!

Tenho apenas a idéia que me encalma,
Quanto à expressão ou modo de dizer,
São os versos que ficam dentro dalma
E não poderei nunca os escrever!

Nem mesmo o esboço posso dar do sumo
Encanto de Zaíra que é o resumo
Dos céus nos seus eternos apogeus!...

Entidade divina e soberana
Que não é feita da matéria humana,
Mas do Éter e da Luz, por mão de um Deus.

(Nota:- Repetição enfática do não, epímone).
* * * * *
À CARMINHA

Penélope, rainha da Ítaca e mulher
de Ulisses, a fim de se ver livre de seus
Inúmeros requestadores tecia de noite e
desmanchava de dia o trabalho, com que
havia de presentear o sogro, para, conforme
o costume antigo, obter a licença de contrair
núpcias como viúva, que se supunha, na
longa ausência de seu esposo.
(Da Ilíada)

Penélope moderna, meiga e pura,
Tipo modelo, quando aínda é comum
O delito social que aínda tortura
Os Ulisses do século vinte e um!

Na ausência do homem que a ama, homem algum
Jamais vê com maldade, que a ternura
De seus afetos, se concentra num
Culto de amor que só no lar se apura.

Sem estar sempre e urdir e a desmanchar
A inacabável teia que arma e incita
Falsos amores contra o amor do lar

Cerra-se na virtude, como flor
Que se não mostra ao mundo, mas imita
O amor perfeito, no perfeito amor.*

(Nota:- Epanástrofe: o amor perfeito,
no perfeito maor (figura de repetição -
repete o mesmo final no sentido inverso.)
* * * * *
O QUE REPRESENTAM AS MUSAS

ALICE - A beleza inatingível.
BEATRIZ - A beleza perfeita.
CARMEM - A luz matutina.
DOLORES - A luz crepuscular.
ELOÁ - A beleza mística.
FLORÍPES - A beleza legendária.
GUIOMAR - O luar na praia, a lua.
HELENA - A beleza heráldica.
IDILVA - Os raios do sol sobre a montanha.
JULIETA - O conjunto das belezas naturais.
KORA - A beleza excêntrica.
LAURA - A beleza das águas correntes e límpidas, refletindo o céu.
MARGARIDA - A beleza nos três reinos da natureza percebida.
pelo perfume da flor e pelo brilho da rérola e da gema.
NAIDE - O nascer do dia, a alvorada.
OLGA - A beleza das noites estreladas, dos astros.
PALMIRA - A beleza fugitiva e alternante das cousas, em face da luz.
QUITÉRIA - Auroras boreais aformoseando as feias solidões polares.
ROSA - A inocência e a candura.
SARA - Os meteoros, a luz e os sons em espirais.
TEREZA - A moral (personificação).
URÂNIA - Como sempre, a astronomia. É a musa que fugiu do
gêmio das Apolo para o das do "Alfabeto".
VIOLETA - A primavera e as flores.
WALDA - Valquíria de Vagner.
XIMENA - Os perfumes, os gorgeios e as carícias suaves do vento.
YEDA - A arquitetura, a música e as cores.
ZAÍRA - Entidade cósmica. o éter. Força cósmica ou divindade
dirigente das forças da natureza.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * *
(Obs.: As notas são de Henriques do Cerro Azul, filho do autor).
Fonte - Blog: de Valéria Serra Azul in http://valeriaserraazulalbuquerque.blogspot.com.br/

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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Um Poema ao Dia do Escritor...*

Um brinde ao dia do escritor

Palavras... Palavras.../
e mais palavras.../
Pássaros ousados e altaneiros/
que me dão asas/
me elevam e me transportam/
além de mim/
e dos meus sonhos em flor.../
Utopias da minha própria alma./
Eterna Linguagem/
em que me fortaleço.../
e permeneço bem alto/
porém à margem de mim mesmo./
Vôos além do Nebo/
e tão sem medo./
Remédios, lenitivos e refrigérios/
para a minha dor.... /
Instante eterno./
Célere e efêmero/
Versos superlativos/
que grito/
e desde então carrego/
junto ao peito./
Fugas momento de felicidade/
que vez por outra sinto,/
enquanto escrevo/
e me liberto/
dos grilhões do mundo./
Cálice de absinto/
que bebo, saboreio/
e me embriago todo/
neste dia consagrado ao escritor. 
Mesmo que solitário,
esquecido
e abandonado
Tanto no que sou
enquanto indivíduo,
quanto naquilo 
que de fato  escrevo.
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José Cícero
Aurora-CE.

jc (Inédito) 25.07.12

LEIA MAIS EM:

FESTA DA AFA: 'Remember me' in terceiro Baile da Saudade

Por José Cícero*

Foi tão magnífica a apresentação dos Trepidant’s durante o 3º Baile da Saudade na noite do último sábado(21) em Aurora que, a bem da verdade e, notadamente por um dever de justiça, diria que apenas uma referência noticiosa não seria o bastante para dizer de toda a emoção e do contentamento provocado em todos os que tiveram o prazer de participar do evento organizado pela AFA.
Os irmãos pernambucanos do Recife estavam por assim dizer, numa noite das mais inspiradas e mesmo sem seu líder maior, Vicente Jr - agora em carreira solo, o grupo recifense realizou uma performance deveras impecável. Antecedido que foi pelo bom forrozeiro Diassis Martins que igualmente fez ótima apresentação.

É certo dizer, no entanto, que Os Trepidant’s pelos estrondosos sucessos que emplacou no passado de gerações inteiras, dispensaria qualquer comentário a mais, sobretudo de feitio saudosista ou algo mais que o valha. Porque são poucos os que não recordam das suas músicas, tanto em inglês quando no idioma pátrio. O que nos levaria inapelavelmente também aos Pholhas, Carbonos entre outros que investiram como êxito no mesmo gênero musical. Hits inesquecíveis do naipe de 'Remember me', San Francisco River, My flaming Love, Everytime, dentre outros. E apenas para não ser injusto, as mais recentes dos anos 80 como Vadiar, Lua dos namorados, Foi demais etc.

Contudo, por oportuno, refiro-me exclusivamente a forma pela qual a banda(noutros tempos chamaríamos de conjunto) se apresentou em Aurora. O que decerto, não precisaria de mais nada de acréscimo. Porém, quem esteve lá teve o raro prazer de conferir um show dos mais primorosos com direito a ouvir e dançar outras canções de grupos internacionais e brasileiros que marcaram época, além de Pholhas, Renata, The Fevers apenas para citarmos alguns dos anos 60, 70 e 80.
A apresentação dos Trepidant’s não nos alegrou apenas pela performance da noite, que diga-se de passagem – foi algo impecável e irretorquível. Mas, sobretudo e principalmente pela constatação inequívoca de que o bom-gosto musical ainda sobrevive, mesmo a duras penas, não somente nos que tiveram a felicidade de curtir a banda nos anos áureos da sua carreira, mas inclusive junto aos neófitos da atualidade(leia-se os jovens). Na festa de sábado, foi possível percebermos isso diante da emoção e do contentamento de todos os que estiveram no clube das samaritanas. Algo que nos anima a acreditar que a música boa do Brasil não haverá de morrer tão fácil diante da avalanche atual do forró descartável, pobre, antipoético, criminoso e imoral. Assim como de um outro pseudogênero, que talvez por absoluta falta de um nome – o chama de sertanejo universitário e por aí vai. Modismo que como tantos outros que já surgiram haverá de passar igualmente sem deixar nenhuma saudade.

A emoção contagiou a todos diante do repertório apresentado naquela verdadeira noite de gala. A boa aceitação verificada também junto a juventude presente, representa um bom sinal, além de uma prova de que não se pode gostar daquilo que não se conhece...
Como nos velhos tempos, como a partir de agora e daqui para frente, afinal de contas como é comum também na música – Nunca é demais sonhar. Manter acesas as chamas das esperanças, relembrar os momentos idos, matar saudade e acreditar na utopia de dias melhores, dado que a poética musicada também nos serve para isso. Por fim, diria que após termos ouvido, cantado e dançado pra valer com as músicas dos Trepidant’s, também saímos do Baile da Saudade um pouco mais felizes, contentes, animados e rejuvenescidos, inclusive espiritualmente...
Parabéns a todos da AFA pelos dois dias de maravilhosas comemorações festivas. Algo que muito valoriza ao passo que engrandece toda a sociedade aurorense. Pena que a vida passa célere como ventos a carregar nossos momentos para a eternidade. De modo que agora, tudo já passou a ser saudade...
Parafraseando a inesquecível canção dos Trepidant’s, direi apenas - Remember me! E que nos venha o quarto encontro dos filhos e amigos de Aurora em sua versão 2013.
........................................................
José Cícero
Secretário de Cultura
Aurora-CE.
Da Redação do Blog de Aurora e do site Cariri de Fato

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COMENTÁRIOS DO PROF. LUIZ DOMIMGOS DE LUNA -

Gostaria de deixar claro para o povo de Aurora que o professor José Cicero da Silva é um defensor intransigente da cultura, da literatura e da civilidade aurorense. Militou no nascimento da internet para a divulgação primeira, da Terra do Menino Deus o que fez com brilhantismo e Maetria, Criou o jornal Enfoque Municipalista danto cores ao processo educativo e político de Aurora como um fato social e histórico.
Publica o Senado Federal o livro de Poesias: Ecos da Saudade uma coletânea de poesias que engrandece a literatura poética brasileira, resgata em livro histórico e de sua autoria, a vida do Sindicato do Trabalha Rurais de Aurora pela passagem de seus 40 anos; Editor da 'Revista Aurora', Revista de cunho histórico e cientifico, hoje livro base para estudo da Igreja Rural Laica no Sitio Carro quebrado conhecido pelo nome de cemitério da Bailarina.
Fez o tombamento do primeiro prédio feito em alvenaria na cidade de Aurora - Sobradinho do Coronel Xavier de Souza - fundador de Aurora. Resgatou as andanças dos penitentes da Ordem Santa Cruz sem excluir o rei do Cangaço Lampião.
Trouxe o Cariri Cangaço para Aurora, que verdade seja dita, antes de José Cícero, Lampião não versava em livros sobre as suas pegadas nas terras salgadinas e agora, no instante já, o lançamento do livro 'Abstrações do Acaso' mais uma pérola para a literatua poética da arte de fazer poesia no meu querido Brasil.
Prezado amigo e irmão como não tenho grandeza material para lhe retribuir lhe outrogo o titulo de Anjo de Luz guardião da história de Aurora.
De seu fiel amigo,
Luiz Domingos de Luna.
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terça-feira, 10 de julho de 2012

A Sociedade de consumo e o caos ambiental - Por José Cícero

A sociedade moderna encontra-se completamente envolvida pela vontade incontrolável de consumir sempre mais e mais... Os governos, inclusive, injetam invariavelmente grandes somas de recursos públicos na política de incentivo à produção de bens de consumo duráveis e não-duráveis como forma de aquecer sua economia e assim, produzirem divisas na geração e manutenção de empregos à população. De forma que, nos últimos anos este tipo de iniciativa governamental tem se transformado numa verdadeira panacéia do absurdo.

Do ponto de vista econômico, este tipo de intervenção tendo sido considerada algo positivo pelos arautos do grande capital. Uma medida das mais ortodoxas, contudo sob o prisma ambiental seus efeitos a longo prazo serão simplesmente desastrosos, para não dizer, devastadores no tocante aos recursos naturais do planeta. Basta ver os incentivos feitos no Brasil para a aquisição de automóveis e o grande show midiático e político-governamental acerca do pré-sal. Ora, se os combustíveis fósseis e os hidrocarbobetos são uns dos principais respnsáveis pela poluição ambienteal em todo o mundo, então é no mínimo um contra senso o oba-obra que se faz a tudo isso. E agora, após a realização da tão decantada Rio+20 é algo que não faz a não mais creditar na boa-vontade destes governantes em solucionar os graves problemas por que passa o planeta no que tange ao desequilíbrio climático, recursos naturais e a biodiversidade.
Os grandes investimentos na estrutura produtiva de qualquer país tem significado um aumento na utilização dos recursos naturais, além de um fator gerador de resíduos – o lixo industrial e doméstico que também vem se configurando como um problema dos mais complicados em todo o mundo.

Todavia, este tem sido, via de regra, um mecanismo econômico que por seus resultados aparentemente animadores postos em prática por quase todas as nações industrializadas, especialmente quando se avizinha um momento de crise e recessão. Um expediente em voga nos países que adotaram a chamada economia de mercado. Os que abraçaram o sistema capitalista globalizante que, aliás, compõem a maioria das nações do planeta.

E, diga-se de passagem, este modelo vem fazendo dos seres humanos verdadeiros cupins dos recursos naturais da biosfera, tanto os renováveis quanto o não-renováveis. A febre do consumo é por assim dizer, uma bola de neve. Uma bomba relógio prestes a explodir a qualquer momento. Para o qual a globalização tem contribuído e muito para um possível acirramento dos seus efeitos, daqui para frente num tempo recorde

O chamado sonho de consumo passou a ser quase uma regra de etiqueta, de vez que cada indivíduo (independente de classe social) terá que ter não apenas um, mas vários. Movidos que são cada vez mais pelas campanhas publicitárias, tanto quanto pelos incentivos governamentais e as facilidades oferecidas pelo mercado no quesito compras a prazo. Para piorar, tais consumidores estão sendo cada vez mais ousados e exigentes em suas preferências. Quem antes queria uma casa simples agora quer, se possível uma mansão. Quem pensava na adolescência numa bicicleta, agora deseja uma moto e, logo em seguida um carrão. E, mais recentemente tudo em duplicata. Hoje quando se planeja comprar ou mesmo construir uma casa, não se pensa primeiro na sala de visitar, mas na garagem do automóvel. O veículo automotor passou de vez a fazer parte da família como um ente dos mais queridos e desejados.

Há quem sinta, inclusive amor e ciúme do seu carro. Pessoas que se apegaram tanto a este monte de metal que não conseguem fazer mais nada longe do mesmo. A ponto do carro ou a moto terem literalmente se transformado num verdadeiro membro do seu próprio corpo físico. Conheço quem não consiga ir a padaria ao lado que não seja montado em sua motocicleta. Alguém que há anos não anda com seus próprios pés pelas ruas e calçadas da sua cidade. Aliás, não existe cena mais triste(sobretudo para os sertanejos) do que agora enxergar pseudovaqueiros a tanger seu gado sobre uma moto e por aí vão as aberrações...

No entanto, ninguém ao que parece não está muito lá preocupado com o debate acerca destas questões. Ou seja, das suas possíveis implicações sobre a natureza e a vida do planeta daqui para frente.

Ninguém parece querer saber sequer de onde é que vem toda esta parafernália de insumos a confecção dos produtos destinados à formatação de todos os bens que ora são colocados a noss disposição. Nem tampouco, para onde retornarão todo o lixo resultante da fabricação e depois, do próprio consumismo exacerbado e incontrolável a que todos estamos de algum modo protagonizando.

Mas, nenhum produto de consumo surge do nada como num passe de mágica. Tudo é retirado do meio ambiente, dos ecossistemas, portanto são recursos naturais na sua grande maioria esgotáveis, a exemplo da nossa principal base energética – o petróleo, de quebra, o grande vilão das emissões gás carbônico para o aquecimento global.

Porém, como a retirada e o descarte estão sendo, cada dia mais acelerados, a natureza já começa a dá os primeiros sinais do seu esgotamento total. A mãe Terra não está conseguindo fazer a reposição de tudo aquilo que vem sendo extraído numa rapidez absurda. O que deve ser igualmente acrescido a esta conta, o incontrolável crescimento do número de habitantes da Terra, que agora já extrapola a casa dos 7 bilhões de pessoas. E estas, todos os dias terão que suprir suas necessidades básicas.

Por isso é urgente que a sociedade planetária, sobretudo os grandes líderes mundiais, os cientistas, a mídia, os formadores de opinião comecem sem mais delongas, a instigar suas populações a consumir menos e de forma racional, como também a repensar seus antigos e atuais modos de atuação, suas atividades diárias, melhorando assim sua convivência em relação ao meio ambiente. Do contrário, em pouquíssimos anos o mundo entrará num caminho sem volta - o colapso total dos seus recursos naturais. Algo sem nenhum paralelo na história humana e das espécies de um modo geral.

Não há meio-termo. Teremos que parar agora. Visto que já estamos nos aproximando do ponto crítico como bem alertara o cientista James Lovelock. Estamos no ponto limite e daqui a pouco, tudo o mais será um caminho sem nenhuma possibilidade de retorno. Será o fim de uma era que culminará fatalmente com a catástrofe – a destruição em massa de todas as espécies biológicas da terra. E nós estamos fatalmente no centro desta extinção. Haveremos de conhecer o mesmo fim que tiveram os dinossauros há 65 milhões de anos.

Portanto, você, por exemplo, que nunca está satisfeito com o que possui agora. Que sonhou a vida inteira com a compra de um carro zero; que deseja uma casa nova e espaçosa toda na cerâmica, que aspira só vestir roupas de marca, juntar dinheiro na conta bancária, beber água mineral, lavar sempre o rosto com águia de coco, colocar uma TV em cada quarto e encher sua casa de eletrodomésticos de última geração. Você que só tem sonho de grandeza...

se perguntou por acaso, de onde é que vem tudo isso? Já pensou um pouco sobre a queima dos combustíveis fósseis? Sobre a sua parcela de contribuição para o aquecimento global, a poluição e a destruição dos ecossistemas terrestres? Já tentou se imaginar sem o seu bioma, na fome da África e nos primeiros refugiados ecológicos da história? Já tentou pelo menos refletir acerca das suas ações diante da perspectiva ambiental? Da necessidade de uma convivência responsável e harmoniosa com a natureza, assim como da importância da chamada sustentabilidade ambiental? Não custará nada ao seu bolso pensar um pouco sobre tudo isso.

Pois saiba que o pouco que se alerta hoje acerca da problemática ambiental, ainda não é nem um quarto do que realmente está por acontecer. A situação é muito mais dramática do que você possa imaginar. Estamos falando do fim do planeta Terra - nossa única morada disponível no universo. Portanto, da extinção das nossas vidas. E você acaso ainda acha pouco?

Contudo, se ainda acha que haverá tempo, eu pergunto: afinal de contas, que tipo de planeta você pensa em deixar para os seus filhos e netos? Pelo mínimo de coerência moral, teríamos que deixá-lo pelos menos como o recebemos um dia dos nossos ancestrais...

Sei bem que a falta de conhecimento, como a mãe de toda ignorância, tem provocado uma grande cegueira na maioria dos seres humanos. Tanto os ricos, quantos os pobres. No entanto, já estamos começando a sentir na própria pele os efeitos práticos do desequilíbrio climático, resultantes das nossas próprias atividades antrópicas.

Então, por que será que mesmo assim, você e a maioria dos seres humanos ainda permanecem indiferentes e anestesiados diante da iminência de todo este caos?
Por favor, pense nisso antes de terminar seu dia...

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José Cícero
Secretário de Cultura
Professor e pesquisador
Aurora – CE.

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