sexta-feira, 27 de junho de 2014

ETERNAMENTE...*

Desde aquele dia
se acaso você ainda se lembra.
Teus olhos  de lince 
ficaram comigo como uma dádiva
para  todo o sempre.
Emoções ardentes...
eternizadas numa lembrança
que não é pequena.
O calor das tuas mãos quase trêmulas.
A atitude impávida.
O gesto ousado.
O beijo atrevido
quase roubado.
As palavras e o silêncio
como num poema de Vinícius
ou uma canção de Chico.
O instante eterno assaz pluralizado
qual uma cicatriz de fogo
marcada em minha vida.
Passado que não passa.
- Revoadas de reminiscências.
Além desta saudade imensa,
extrema e desmedida.
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JC - Aurora/CE 
(inédito-2014).

domingo, 8 de junho de 2014

SAUDADE*

Como doe.
Como queima.
Como devora
e como arde
-  toda saudade.

Mais doe,
mais queima,
mais arde...
Toda saudade
quando num só coração
não se acalenta,
e  não se cabe,
sequer pela metade.
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J. Cícero - Aurora-Ce/06.2014

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Ao Salgado - o rio mais doce do mundo*

O oceano que conheço desde muito 
é este rio matuto que ainda corre calmo e lento
sobre o chão sagrado do meu terreiro imenso.
Pura imagem que eu tenho de antigos anos.
Coisas indeléveis que sempre lembro 
e que jamais me esqueço.
O mar que sei e que ainda hoje trago nos olhos
é este caminho pulsante de lágrimas adolescentes
que sempre me segue serpenteando,
como uma cobra d'água 
por entre os montes e por entre os matos.
Rio moleque que brincava comigo 
nos meus idos anos de menino.
Enchentes e invernadas de saudades 
e outros sentimentos tantos...
Coisas que não se foram com as águas.
Rio eterno que carregou dentro do peito,
como que represado para todo o sempre.
Rio que me segue onde quer que eu ande 
pelas bibocas do mundo e pela vida adentro.
Rio calmo e valente. 
Rio raso e profundo...
E que às vezes o tenho ainda farto
como antes  em meus olhos correndo.
Rio da minha infância. 
Manancial de lembranças e de afeto 
a se derramar sobre as reminiscências.
Rio do meu tempo que tanto amo.
Rio passado em que mergulho fundo.
Rio Salgado.
- o rio mais belo e mais doce
que há no mundo.
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Por José Cícero
In Minhas Metáfora(2014) inédito
Aurora - CE.