sexta-feira, 31 de maio de 2013

No rumo de Parságada



Quero agora, sem mais demora
a visionária  Pasárgada de Bandeira.
Cidade sagrada e utópica.
Eterna morada dos que amam e sonham
dividir amor e poesia 
com a mulher verdadeira. 
Quero ir à Pasárgada.
E assim desejo ser feliz.
Viver ao lado da mulher pasargadeira
a mais enamoradas das namoradas.
Sonho morar em Pasárgada.
Estou farto de toda a desgraça
e desta angústia que me persegue
pela vida inteira.
Quero agora, sem mais demora,
ir para  Pasárgada.
A terra sagrada...
E que não se agaste
e nem me negue abrigo
o vate amigo Manuel Bandeira.
Desejo ir embora desta vida chata.
Meu rumo é Pasárgada.
Cidade fantástica e madrugadeira.
Destino dos românticos  poetas
e das bonitas musas.
Bandeira, Bandeira, Bandeira!
Quanto dói decano poeta...
a solidão que tenho.
O tédio e o lirismo insosso 
que carrego há tempo comigo.
Assim como o cinismo,
o mau gosto e toda  a infelicidade
de uma vida inteira.
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José Cícero: 
In Versos e Versões(2013)
Aurora - CE.
www.blogdaaurorajc.blogspot.com

domingo, 26 de maio de 2013

Uma pintada de Poesia apenas, porque Hoje é Domingo!

                                Recomeço

Tenho a duras penas em minhas mãos.
Sonhos antigos.
E uma enorme vontade de recomeçar
tudo de novo.
Fardos imensos de velhas utopias
como sementes estragadas
de um tempo ido e fugas que não volta mais.
Carrego há muito tempo comigo
este jeito estranho de querer ser feliz
a qualquer preço.
Ânsia fugidia.
Águas ligeiras.
Além de uma alma leve
a passear todos os dias,
sempre de manhãzinha
juntos  as andorinhas lavadeiras
da terra em que nasci
e que deixei pra trás.
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Por José Cícero
In Poética do dia a dia (inédito-2013)
Aurora - CE.

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sábado, 25 de maio de 2013

A Superfície das coisas...

Por José Cícero


A Superfície das Coisas tidas como simples

Não, não sei nada do mundo, tampouco da vida que pouco me cabe.
Sei apenas das coisas simples.
Estas que a gente carrega facilmente nos bolsos
como se fossem drops de hortelãs e balas de mel 
a ser distribuídos às coleguinhas do colégio.
Sei apenas das coisas simplórias 
que ao meu juízo as considero todas importantes.
Das coisas possíveis que nos alegram e alimentam o espírito.
E que por isso mesmo, invariavelmente se fazem grandes
na medida que   me comovem, emocionam 
preenchendo as minhas necessidades mais desinteressadas.
Destas que a gente sabe de cor e salteado. 
Porque as sinto efetivamente no meu Eu profundo.
E assim, com elas impregnadas nos meus sentimentos, 
eu também me sinto grande e me divirto.
Só por elas eu me permito ser tocado no meu alterego.
Mas, quando não as tenho sofro demasiadamente...
Como alguém que morre quase sempre de saudades, 
de ausência e de vontades. 
E logo em seguida ressuscita prenhe de entusiasmo 
e de enorme paixão pela vida.
Não sei de mais nada, além disso.
Não sei do mundo e nem da vida 
que não tenham este ingrediente de satisfação modesta.
De todas as coisas alicerçadas na simplicidade.
Pois bem sei de fato, que nada das coisas 
que  não  são consideradas simples e necessárias 
não me pertencem por direito.
Porque as sinto aqui por dentro em meu íntimo.
Assim como pela força dos meus próprios sentimentos.
Como de resto, nada sei em absoluto, 
das coisas estranhas e grandiosas com ‘cara de elefante branco’, 
visto que  não me caibo e não me vejo dentro de nenhuma delas.
Simplesmente porque eles não  me pertencem.
O desejo que acaso arde  em meu peito não é alcançar o inacessível.
A força da  razão pura não me permite ser escravo 
por qualquer motivo.
De modo que, não caibo deveras em qualquer canto.
Tudo o que eu quero é ser feliz 
do meu jeito único, torto e subjetivo.
A simplicidade da vida é uma virtude 
que me farta suficientemente...
Aquilo  que não me pertence, não existe de fato.
O concreto e a sensibilidade é todo o interessante 
que preciso para confortar meus sentimentos.
Além daquilo  que tenho e sinto por mim mesmo.
Do resto, nada sei. Não me interessa. Não existe.
E tampouco me faz falta.
Penso que viver é justamente isso:
- Tentar cotidianamente ser consciente acerca de si mesmo.
Saber dos  limites. 
Entendendo o imenso valor das coisas simples.
E assim, construir passo a passo 
uma felicidade possível
como antídoto contra a inveja
e lenitivo  contra o sofrimento.
..............
In José Cícero
Inédito-2013

 
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segunda-feira, 20 de maio de 2013

(En)quanto é tempo...*

Por José Cícero

Enquanto é Tempo

Ame-me enquanto é tempo.
Porque o tempo por si mesmo
é célere e ligeiro.
Nada do futuro  ou do amanhã existe .
Além de mim nada é por inteiro.
A vida é fugaz, como passageiro
é todo e qualquer sentimento.
Meu amor é tanto.
E meu querer intenso.
Meu tempo é quando.
Além de muito  pouco e pequeno,
o sonho de todos os poetas
tidos como utópicos e  aventureiros.

Ame-me intensamente
e tão sem medo.
Enquanto é tempo.
Porque o tempo,
é um mero instante.
Um abstrato momento
assaz transitório,
a escorrer por entre o dedos.
Pródigo quase sempre,
em contrariar os segredos.
Meu desejo é tanto
e um tanto quanto
ousado e imenso...
Todo o meu sentimento.

Viva demasiadamente
o teu momento.
Sem angústia e ansiedade.
Porque o tempo é célere
E a vida breve.
Como é breve e célere,
Certamente...
todos os instantes de felicidade.

Ame-me de verdade.
Agora e sem demora.
Como alguém que teme a morte.
Ou que não está nem aí
Para este pensamento
escatológico.
Ame-me, simplesmente.
E isso é o bastante
para que possamos
construir o sonho possível
do eterno instante.
Ame-me tão somente
como quem deseja
a qualquer custo acreditar
que é possível amar.
E assim ser feliz  eternamente.
Como para todo o sempre.
.................................................
José Cícero
Aurora - CE
Inédito/2013
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domingo, 12 de maio de 2013

Ao Dia das Mães...

Por José Cícero*

Um Poema Maternal

Toda a vida e todo mundo de vez se ilumina
diante do gesto de ternura e de carinho desta figura.
Exemplo de grandeza das mais santas das criaturas
que há muito na Terra existe.
A que todo espírito humano se enleva e se afirma
perante a atitude e a candura da sua pessoa.
E como em oração divina,
tudo o mais que no seu coração persiste

cresce, se afirma e se enobrece
com a mais sincera das suas alegrias.
Pura prece que do céu nos aproxima.
Espírito de amor e de bondade.
Seio dadivoso de otimismo e de fartura.

Meigo sentimento de carinho e de felicidade.
Exemplo maior de doação e de entrega.
Símbolo da vida
em toda a sua abundância e plenitude.

Puro milagre dos deuses da fecundidade
na sua mais absoluta bonança eterna.
Formosa mulher - autêntica Afrodite!
Deusa da vida humana sobre à Terra
que um dia nos deu, sem pedir nada em troca,
o maior e mais valioso dos presentes.
De modo desprendido, infindo e desmedidamente.
Guerreira valente, indomável Amazonas.
Mulher de fibra forte.
Feminina audácia que nos fortalece.
Mãe carinhosa que nos ama
e nos defende pela vida afora,
como até mesmo diante
da própria morte.
...........................................................................
José Cícero
Secretário de Cultura e Esporte
Aurora-CE.
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Foto ilustrativa:3fasesdalua.blogspot.com

Um comentário:

vanilda disse...
São tantos poemas lindos dedicado às Mães! Este SER tão maravilho,
tão Perfeito. Dar uma vontade de ler todos que encontramos, e quanto mais lemos, mais e mais queremos ler! Entender essa grandeza; É uma sensação tão boa é como se fossemos realmente entender até o que falamos para Elas. E então, percebemos que todas as nossas palavras,apenas tentam descrever o amor que só ELAS Têm...
Vanilda SP.(aurorense.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

VIDA FORMIGA

            Artrópode Existêncial


Uma formiga.
                  [Ferroadeira.
Teimosa e ligeira.
Eis a vida.
                 [Formiga.
Ligeira e teimosa.
Ferroadeira.
Eis a vida.
                [Uma formiga.
Saúva cortadeira.
de roça, de ferrão e vermelha.
Eis a vida.
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José Cícero - 2013.
Aurora-CE.
Imagem: in  deusemeupastor.blogspot.com

segunda-feira, 6 de maio de 2013

A Minha Vó*

Por José Cícero


 CUIDA DE MIM A MINHA VÓ

Sei que a minha vó
veio me benzer 
e tomar minha benção outro dia.
Alta noite, decerto quando eu já dormia.
Porque, desde quando menino que eu adoecia...
minha vozinha rezava,
fazia "meizinha" e me dava.
Por isso agora  eu  sabia 
que a minha vó Petronília
jamais me deixaria tão só.

Malgrado  tantos anos 
que partira minha vó,
sei que ela nunca esteve ausente.
Tampouco agora que fiquei doente,
minha vó me trouxe esperança,
fé, conforto e uma luz dormente.
Razão porque já me sinto bem melhor.
............
Jc - 2013
 * José Cícero
Secretário de Cultura e Turismo
Aurora - CE.
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sábado, 4 de maio de 2013

Um pouco de POESIA porque hoje é sábado - Por José Cícero


 O PREÇO DE UMA SAUDADE...

Ninguém sabe ao certo quanto custa de fato uma saudade. Como ao certo, penso que nunca ninguém o saberá o quanto valerá. Isso porquer toda saudade é única, imorredoura e singular. Um sentimento íntimo que conservamos para todo o sempre.
Afinal de contas, se assim não o fosse, tão latente e tão particular não seria saudade. De modo que deve ser muito triste para os que não tem motivos e nem razões algumas para sentir saudade.
Penso que  sem memória e sem lembranças a vida perderá um pouco do seu natural encanto ao passo que também perderá o seu sentido.
É sempre bom sentir saudades. Coisa que a meu juízo, a nossa própria identidade histórica só pode ser verdadeira quando é formada de memórias. Por isso mesmo julgo ser deveras muito triste não ter porquê sentir qualquer saudade pela vida.
Portanto, se acaso me perguntarem qual seria o preço exato de uma saudade, direi apenas que nenhuma saudade poderá sem medida e, muito menos ter seu preço justo. 
Saudade é remissão dos nossos inesquecíveis momentos. Quem sabe um verdadeiro estado de espírito. Ou ainda um reviver de velhos acontecimentos. Um indicativo assaz psicológico através do qual Sonhamos o passado, invariavelmente, sempre no futuro do presente. 
Tudo o que é saudade é eterno. Instantes revividos e conservados no âmbar dos tempos. Cubos de gelos que se mantêm guardados indefinidamente, muito além do tempo em nossos pensamentos. Saudade: memórias de momentos idos que nunca mais nos esquecemos.
Não há preço que nos pague uma saudade. Posto que o valor exato de uma saudade, não está em si mesmo, mas dentro de nós, talvez naquilo que poderíamos denominar de "moeda do sentimento'. O valor da saudade está em nós e não no materialismo insosso "coisificado" deste capitalismo venal que chamam de  pós-moderno.
Sempre será bom e necessário sentir saudade nestes tempos, que a rigor,  cultuam o efêmero e que por isso mesmo, são tidos como "desmemoriados".
Toda saudade é um acontecimento preciso, fantástico que a um só tempo beira o concreto e o inacreditável. Quem sabe, o preço da saudade seja tão somente puder senti-la o mais profundamente possível e assim, tentar ser feliz por conta disso?
Eis a grande razão para que possamos a todo custo e a qualquer preço sentir saudade.
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(*) José Cícero
Secret´rio de Cultura e Turismo
Aurora - CE.
Inédito(2013)
Foto ilustrativa:  mundo-das-poesias.blogspot.com.br

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quarta-feira, 1 de maio de 2013

Um poema neste feriado...


SobreTUdo...

Vejo e sinto mares imensos e ondas gigantes
na luz e no azul dos teus olhos.
Calor do teu corpo sobre os rochedos.
Manhãs de pérolas no pescoço.
Ostras e flores da orla e dos brejos
a enfeitar os teus cabelos.
Peixes coloridos e respingos gelados.
Cantos de sereias, corais e abrolhos...
Tsunamis de mistérios e de encantos
por entre os teus dedos.
Brisas suaves e ventos alísios
no aconchego do teu abraço estreito.
Frescas ondas  quebrando nos teus beijos.
Sal da terra em teus lábios,
noites suaves em tua língua quente.
Qual brasa de paixão e de desejos
em tua pele e em teus pelos ouriçados.
Com se fossem tições acesos
que me queimam todo.
Oceanos de amores e vontades
em teus pensamentos alucinados.
Gosto de água de coco verde
a se derramar em  tua boca
cheia do mais gostoso perfume matutino.
Bandos e bandos de passarinhos...
Pura provocação dos teus meneios.
Belas paisagens no céu do teu  rosto
e outras  encantadas imagens
que me deixam louco,
ante a estética surreal da tua sombra
dançando  nua na areia da praia.
Bem como diante da  silhueta do teu corpo
sob os raios da lua cheia,
fragmentada pelos coqueirais das dunas.
Assim como, fascínio e desvario
na infinita beleza do teu dorso.
Oceanos femininos, águas e rios
em que mergulho e tomo banho
prenhe de encantamento e sem medo.
Vejo e sinto tudo isso em meu sonho
contemplando  teus longos  passeios.
Você - teu olhar claro e noturno,
teu sorriso largo, teu andar, teus passos
teu muxoxo... teus seios.
 ............
(*) José Cícero
In: Versos e (Re)versos(inédito-2013).
Foto ilustrativa da Internet
www.blogdaaurorajc.blogspot.com