quinta-feira, 31 de julho de 2014

Palestina – Um genocídio sem tamanho*

Crianças palestinas vítimas dos bombardeios na faixa de Gaza(foto internet)
Articulista JC
Vergonha clamorosa! O que mais pode ilustrar o modo covarde e cúmplice com que as chamadas grandes nações do mundo silenciam diante do verdadeiro banho de sangue promovido pelo exército israelense contra o povo palestino na faixa de Gaza?  Aliás, um genocídio quase sem nenhum precedente na história. E o que é mais vergonhoso é saber que todos  aqueles crimes estão sendo  apoiados e patrocinados há anos pelo governo dos Estados Unidos. Financiado tanto em logística, quanto em dinheiro e armamentos dos mais sofisticados. De modo que, Israel vem se transformando numa verdadeira máquina de matar. Com um aparato militar que atualmente só perde para o seu grande patrocinador, os EUA.
O fato é que o mundo está assistindo passivamente um autêntico extermínio humano. Algo inconcebível para os padrões do século XXI. Coisas horríveis que a imprensa pró-americana não fala, esconde e proíbe que o resto do mundo venha tomar conhecimento no seu todo.
Basta ver que os EUA, assim como a maioria dos países imperialistas do 1º mundo - seus aliados, até agora não condenaram oficialmente o triste episódio. O que por si só já demonstra o grau de comprometimento de ambos com a continuação do massacre.
Israel além de se apossar das terras do povo palestino, ainda humilha, expulsa e tenta exterminar a nação Árabe. Que pelos menos a opinião pública mundial se manifeste enquanto é tempo. Para uma solução definitiva e imediata da situação. Um acordo de paz duradouro. Um cessar fogo efetivo. Uma convivência harmoniosa para um problema que se arrasta ao longo de décadas. E que tem transformado aquela região num verdadeiro barril de pólvora.
Portanto, ao contrário dos mandatários do mundo, torcemos para que a estabilidade política e a paz sejam, a quanta antes restabelecida naquela região de conflito. Mesmo que nos chamem por muitas vezes de “anão diplomático”. Então, porque os tais gigantes apenas silenciam diante de tamanha barbárie? Quem sabe por medo, covardia, interesse ou mera cumplicidade?
No mais a tal  ONU  não passa de uma grande piada. Um instrumento de araque a serviços dos interesses norteamericanos em particular e, do imperialismo mundial em geral.
A propósito, será que nem o Vaticano está enxergando toda aquela carnificina? E mais, não adianta vir dizer que aquilo é uma guerra. Porque não existe guerra de um exército só. Aquilo tem nome: Massacre, genocídio, ignorância, barbárie, fanatismo e selvageria... Crimes que no seu todo se resumem na pior forma de terrorismo que possa existir - o terrorismo de Estado.
Como é possível perceber, são crimes cometidos, não somente contra o povo palestino, mas igualmente, contra a própria humanidade. Não crime de guerra como querem nos fazer acreditar. Porque aquilo lá não é guerra. É banho de sangue mesmo. O direito injusto da força bruta contra a força do direito dos fracos.
Mais uma prova inconteste de que ainda agora é muito apressado chamar a fauna humana de razoavelmente racional. Uma vez que nem os piores dos animais mais selvagens chegariam a praticar tais atrocidades contra seus semelhantes de caminhada.
Uma vergonha, portanto, sem tamanho para um povo que se diz fiel e temente a Deus. Razão porque, diante de todo este mau exemplo, cai por terra qualquer argumento ou explicação defendida por Israel para querer(quem sabe) justificar tanta violência desproporcional. Não há nada que possa justificar ou legitimar  atitude tão ignóbil. 
Como se ver, trata-se de uma nação das mais belicistas e violentas do planeta. Que até hoje não se deu por satisfeita pela ocupação que promove há anos no território alheio.
Que o Deus do bem e da verdade verdadeira possa quem sabe interceder pelo povo palestino e todos os injustiçados do Oriente médio. Porque dos homens e dos pseudo-organismos internacionais que se dizem  ‘procuradores da paz’ e da coexistência pacífica entre os povos, quase nada mais se pode esperar.  A não ser mera solução de continuidade, além dos velhos discursos amarelados, cínicos e sem efeito prático.
Enquanto populações inteiras de inocentes criancinhas, idosos, mulheres e civis estão sendo mortas, eles, os cínicos de plantão permanecem sob os holofotes de uma mídia igualmente covarde e comprometida com os interesses espúrios dos poderosos.
Saudações de fé, esperança e paz a população Palestina na sua luta pela vida e pela sobrevivência em seu próprio território invadido e usurpado desde o pós-guerra por Israel.
Deus salve o povo palestino...
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(*) Por José Cícero
Aurora - CE.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

INTIMISTA*

Há muito vivo sozinho no oco seco do mundo.
Mas nunca me dei ao castigo de abandonar os meus sonhos
quer sejam novos ou antigos.
Viver assim do meu modo estranho, é um risco.
Porém,  não desisto de seguir lutando.
Porque acredito acima de tudo que isso é certo.
Como ainda no meu destino inexoravelmente justo.
Razão porque luto e sigo ao encontro do meu Eu profundo.
No mais, sempre que preciso ou me encontro em apuros,
traço eu mesmo,  como quero, o meu caminho reto
por entre os perigos, as pedras e os abismos do meu mundo.
Não tenho amigos em que confio, em absoluto.
Tenho, no mais das vezes, cúmplices.
Não me sinto seguro, quando não estou, 
senão na companhia de mim mesmo.
Quando divago, prezo por segurança ou por princípio
apenas em meu espírito. 
Outras vezes, quando muito desconfio do meu alterego.
Eu simplesmente existo do meu jeito único
e isso, suponho, que não é pouco
diante das coisas que me acontecem em contraponto.
Vivo como posso e a duras penas sobrevivo
qual náufrago empedernido em alto mar perdido.
Ou mesmo em terra firme entre selvagens feras e os covardes bichos.
Sem no entanto, precisar se igualar a eles.
Nem fera e nem bicho...
Demasiadamente humano 
assim eu consigo vencer os percalços e os perigos,
além de todas as dificuldades que encontro.
Vivo como posso e assim me dou por satisfeito.
No vão das coisas e sob as cinzas da horas
eu sobrevivo todos os dias quase em apuros..
Tenho sonhos de pedras com as quais edifico minha fortaleza.
O medo que tenho é toda solidão que carrego junto ao peito.
Há quem me ache estranho e anormal por conta disso.
Talvez porque não caibo em todo canto
como tantos vivendo embriagados 
no balcão sujo e gregário do bordel do mundo.
Quero apenas a qualquer preço, ser feliz por inteiro.
O que não quero de nenhum jeito
é viver inutilmente à margem de mim mesmo.
.................
JC - Aurora-CE. (inédito/2014)

Tão Pouco...*

Quero pouco
do muito que tanto sonho.
Muito ou pouco
o sonho que ainda tenho 
é tanto.
Muito mais do que preciso
ou que mereço
para ser feliz
ao menos um pouco
e do meu jeito.
Pouco ou muito
tenho tanto.
Mais do que espero
do sonho que tenho,
para enfim, 
me dá por satisfeito.
...............................
JC - ( inédito/2014)
Aurora - CE.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Tempo de ser feliz*

Na vida nem sempre é possível se voltar atrás.
O máximo que se pode é se arrepender do que se fez 
ou não se perdoar pelas coisas 
que deviam ter sido feitas.
Ainda, quem sabe mudar de ideia 
e logo em seguida continuar...
Todo acontecimento é único em nossas vidas. 
Todo instante alegre ou triste é transitório e singular.
Nada do que foi ontem nunca mais será...
Tudo muda. Tudo passa. 
Nada permanece estanque em seu lugar.
A força do tempo que  é coisa  implacável 
está sempre a passar.
Nada se repete na vida.
Tudo flui como as águas de um grande rio 
que nunca mais retornam ao seu lugar.
Tudo o que nasceu um dia está condenado a findar. 
Nada na vida durará para sempre.
Portanto, o grande segredo, é vivê-la intensamente 
sem nunca ter medo de querer ousar.
Por isso o jeito que se tem é aproveitar.
O amor que temos.  O sonho que acreditamos. 
A vontade que nos enche o peito de coragem e juventude.
Um dia também há de acabar.
Os sentimentos mais sentidos.
O passo primeiro na direção do encontro.
O beijo ardente. O afago quente. O abraço estreito.
A expressão legítima do carinho verdadeiro.
E tudo o mais que ansiamos alcançar.
O gesto desavergonhado 
que se queria, deveras experimentar. 
O pensamento pluralizado na ação do ato. 
O sentimento que nos ilumina os olhos. 
O riso alegre diante dos fatos 
a utopia do mais absoluto estranhamento. 
A palavra   dita no exato instante de amar.
O momento de sabedoria. A oração gratificante.
A atitude mais bonita. A aventura sem limite. 
A fantasia mais superlativa...
A metafísica do amor sob a poesia.
Enfim, tudo o mais que nos anime a acreditar
e que também nos ajuda a viver  plenamente.
A necessidade de se ser feliz 
quer sejam por um momento.
Tudo isso terá que ser feito agora, 
sem mais delongas posto que logo irão embora.
Porque o amanhã não existe.
Viver intensamente é tudo que nos resta.
A menos que queiramos a vida pela metade 
com o coração impregnado de remorso,
tédio e solidão. 
Além de desilusão, arrependimentos e saudades.
De resto, nada daquilo que não foi, nunca será.
Na vida tudo se dá no plano do momento-agora.
Aproveitemos, então, a chance que ainda temos
diante da vontade que no coração se aflora.
Quem sabe nos redimindo da dor  pela paixão.
Desafiando a solidão  pela força do  amor
ansiando ser feliz a qualquer preço.
Do contrário, passaremos pela vida 
como meros infelizes; 
vazios de quase tudo e de nós mesmos.
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JC - In "Minhas Metáforas Prediletas" (inédito-2014)
Aurora-CE.