sábado, 29 de dezembro de 2012

Há seis anos era criada a 'Revista Aurora'

Da Redação

Os primeiros números da Edição de estréia da Revista AURORA 2006-2007
Número de estréia da Revista AURORA capa e miolo- dez/2006

Pauta: Velha cajazeira onde se arranchava o bando de Lampião na Ipueiras

Pesquisa de campo: JC e Luiz Domingos-07
Em dezembro de 2006, há exatos  seis anos atrás era lançado na nossa cidade  o primeiro número da revista AURORA. Uma iniciativa  pioneira articulada pelo professor e pesquisador  José Cícero ao lado do professro Luiz Domingos de Luna. 
Um informativo de cunho cultural e histórico,  que tinha como propósito central promover o resgate e a difusão da rica memória histórica do município. Especialmente da chamada história não oficial a que seu editor/redatro José Cícero denominava de realismo fantástico. 
"Uma história que a própria história esqueceu de contar, assim como uma grande gama de causos palpitantes", trazia estampada na sua capa na edição de estréia  a revista Aurora. Numa  matéria de capa especial  que abordava  a existência um tanto sombria e enigmática do centenário 'Cemitério da Bailarina' localizado no sítio Carro Quebrado(Patos) no riacho das Antas. 
Como ainda, uma reportagem-documento acerca do não menos importante e desconhecido sítio paleontológico da Massalina - localizado no leito rochoso do rio Salgado no sítio Volta na região do Pavão. Assunto que inclusive foi tema de reportagem publicada no caderno Regional do respeitado jornal Diário do Nortesde de Fortaleza(ver foto).
Na sua edição de lançamento a 'Revista Aurora' publicou ainda, uma série de reportagens inusitadas sempre enfocando o município aurorense. Dentre as quais, a casuística de ocorrências  ufológicas( sítios Olho d'água e Bordão de Velho), narrativas sobre o mito da "Braúna Santa" do sítio Martins, assim como a polêmica passagem de Lampião por Aurora nos anos de 25 e 27, o fogo do Taveira, Marica Macedo, o epísódio da fazenda Ipueiras de Zé Cardos. Inclusive o bárbaro e terrível assassinato do coronel Izaías Arruda na estação do trem, a presença do cangaço na história aurorense, dentre outros temas.
Capa: Edição online Revista Aurora
No número seguinte, a revista ainda mais robusta, enfeixou na sua pauta um corolário de assuntos ainda mais curiosos e interessantes, tais como: a história do casarão do corinel Fco. Xavier de Sousa, dito como o fundador de Aurora;  comunidades remanescentes de quilombolas(sítio Grossos); como ainda, narrativas de fatos reais sobre a existência das tradicionias Botijas(sítio Alves e Grossos), as minas do Coxá, o casarão do padre Cícero no sítio Maracajá, o mito da menina Cotinha que  obrava milagres na referida comunidade. Ainda, sobre a história da mártir Francisca - a santa popular de Aurora; o rio Salgado, a prisão de Frei Caneca no sítio Juiz, a morte do filho de Bárbara de Alencar na serra da Várzea grande(cachimbo), os Penitentes da Ordem Santa Cruz, a caverna da serra dos quintos(Vazantes), Dona Bárbara na época a mulher mais velha de Aurora, a relação de amizade de Lampião e o coronel Izaías Arruda ante a trama na fazenda Ipueiras para a invasão de Mossoró em 1927. Bem como, os cangaceiros e jagunços filhos da terra que compuseram o bando do rei do cangaço e do próprio coronel, além de artigos e  entrevistas com historiadores, populares e pesquisadores.
A repercussão em torno da empreitada informativa foi tão grande que formos convidados a fazer o lançamento da revista na TV Diário na capital cearense, assim como fomos igualmente objetos de reportagem nas páginas dos jornais como Diário do Nordeste, O Povo e Jornal do Cariri, assim como em outras mídias.
Atualmente, o projeto de continuidade da Revista Aurora, conforme o seu fundador, o pesquisador José Cícero, continua ainda de pé. De forma que, "a qualque momento, quem sabe quando o abusado e sempre  irrequieto maribondo da caatinga nos ferruar novamente, possivelmente ganharemos mais uma vez o oco do mundo para novas pesquisas e novas descobertas no campos da rica e fantástcia historiografia aurorense. E assim, decerto, iremos seguir de novo as longas e extensas pegadas históricas das léguas tiranas de Aurora", disse.
Pesquisa: Prof. José Cícero, Davi Silva e o prof. Luiz Domingos de Luna
Segundo número da Revista AURORA - 2007
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Da Redação: Blog de Aurora e site Cariri de Fato.
Fotos: jc arquivo RA.
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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Eu e os Heterônimos...*


UM POEMA APENAS

Sinto em meus braços
todo o peso que tem o português vernáculo.
Texto que guardo em meu cérebro
como escritos antiguíssimos
em palimpsestos.
Poemas rochosos,
sentimentais e filosóficos.
Íntimos segredos,
de Bernardo Soares e Alberto Caeiro.
Enquanto noutro canto,
dialogo e folgo da amizade incrível
de Ricardo Reis, Àlvaro de Campos
e de mim mesmo.
Escrevo o tempo todo, compulsivo,
um diário misterioso.
Como quem está prestes a morrer
no dia seguinte.
Dou-me ao ócio produtivo.
E vejo pelo canto do telhado
o quanto me consome o ‘ópio do povo’.
Tenho em meus dedos
brilhantes e anéis de ouro.
Enquanto neste instante,
todos os poemas e toda prosa
do vate lusitano 
invadem os meus olhos.
Quero um pouco mais de luz
neste pesadelo.
Quer seja de neon ou de candeeiro.
Nesta noite em que estou mergulhado
nos grandiloqüentes livros.
- Puro desassossego,
de um Fernando Pessoa cancioneiro,
boêmio e adormecido em sua tabacaria.
Ou quem sabe às margens do Tejo.
No saudoso rio da sua aldeia.
Depois, em meu juízo de colono praiano.
Sinto fome:  escassez  de sentimentos.
Agreste poeta aventureiro...
Ansiando que todas as palavras do mundo
se elevem  aos píncaros do ato poético.
Vocábulos incríveis.
Ingente desejo dos deuses do Olimpo
em que há muito me fiz solitário;
na esperança de não morrer sozinho.
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José Cícero - in "Miscelânia Poética" Inédito.2012(DR)
Aurora - CE.
Foto ilustrativa: http://filosofiali.blogspot.com.br/
estudoliterario.blogspot.com.b

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Devolvemo-nos...*



Devolvo-te hoje todos os presentes.
Beijos, abraços, segredos,
cumplicidades e perfumes.
Essência do que fomos ontem.
Doces palavras e sussurros ardentes.
Desejos, fantasmas noturnos.
Meus discos e vaga-lumes.
Íntimos sentimentos:
Canções de Belchior e  Chico.
Poemas de Pessoa, Bandeira e  Quintana.
Além de Vinícius e de Neruda
que dividimos na noite de anteontem
em meio a milhões de pirilampos.
Lençóis de plumas e gafanhotos.
E outros loucos pensamentos
como de resto,
alucinados e alucinantes.

Devolva-me igualmente tudo.
Antes que seja demasiadamente  tarde.
Amores que edificamos juntos.
Carinhos, afagos e beijos.
Prazeres, delírios  insanos...
Ausência e angústia que agora sinto,
além do que já fomos.
Saudades, lembranças e sentimentos.
Quereres múltiplos e os carinhos.
Paixão que vivenciamos aos extremos.
Gemidos. Dores do mundo.
Sabores vários em teus afagos.
- Champagne, vinho do Porto em teus lábios.
Amores efêmeros  em cubos de gelo.
Martinni, absinto e campari.
Devolva-me tudo assim mesmo,
antes que seja demasiadamente  tarde.
Ou que’u morra sem ao menos
dizer que te amo  de verdade
e para o todo e sempre.
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(*) José Cícero - In 'Minhas Metáforas Prediletas'. Inédito/12(DR)
Foto ilustrativa: magiadobem.blogspot.com

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

No centenário do Gonzagão, palmas para o rei do baião!

 
Neste dia 13 de dezembro o Brasil comemora (ou pelos menos deveria comemorar) o centenário de nascimento  de Luiz Gonzaga do Nascimento, aquele que foi para o todo e sempre, um dos mais completos e admirados artistas populares do Nordeste. De cara, o mais  autêntico e fiel representante da boa  música popular brasileira. 
O Luiz Lua Gonzaga – o Gonzagão, tão bem consagrado há mais de cinqüenta anos pela voz do povo e, depois pela crítica – como o rei do baião.  
No último dia 3 por requerimento do Senador cearense Inácio Arruda o Senado Federal realizou Sessão especial comemorativa ao centenário de nascimento de Luiz Gonzaga, ocasião em que estiveram presentes, além de políticos, diversos artistas convidados.  
Sem exagero podemos considerá-lo como o mais importante e autêntico  artista nordestino de raiz. A um só tempo, criador e representante maior de um dos mais belos  gêneros musicais do  interior longínquo do Nordeste – o forró. Uma música profundamente  identificável e característica do cotidiano de luta de uma gente forte, sofrida e valente – Os sertanejos.
Um artista popular que,  ao contrário de muitos outros,  nunca se deixou  encantar pela fama, o sucesso assim  como os ilusórios holofotes de uma mídia cínica, covarde e interesseira, principalmente numa época das mais discriminatórias, além de preconceituosa e excludente.   Com o seu forró, baião, xote e xaxado, soube como nenhum outro cantar a alma do povo. Encarnando por seu turno, o mais puro sentimento de uma geração inteira de verdadeiros excluídos. Razão pela qual até hoje é adorado por  legiões de brasileiros espalhados por este país inteiro. 
No Nordeste, Gonzaga é simplesmente cultuado quase como um santo. O eterno vaqueiro laborioso ainda a correr com o seu aboio pelas caatingas. O matuto esperto e faceiro vestido em seu gibão rasgando as bibocas do mundo.
O sanfoneiro, cantor e compositor que ensinou o Brasil a dançar uma nova dança. E que por conta disso possibilitou um  novo olhar das metrópoles para com a arte latente e emergente dos sertões.
É ele, o mais importante artista popular do Brasil. Não somente pelo conjunto da sua obra musical: variada, singular e magnífica. Mas, sobretudo pelo importante papel social, político e cultural desempenhado  em favor  de um Brasil mais democrático, coeso, isonômico e justo. Assim como na defesa do até então esquecido povo nordestino, a que ele tanto chamou de “irmão”, emprestando assim a sua voz aos que não tinham voz alguma, inclusive de artistas que com o tempo se tornaram seus parceiros a exemplo de Patativa, Zé Dantas, João Silva, Jackson do Pandeiro, José Clementino, Zé Marcolino, Humberto Teixeira dentre outros que ajudaram a fazer do seu legado, algo universal e extraordinário.
Por quase meio século o canto gonzaguiano rompeu as mais distantes fronteiras  do Brasil ecoando desde os sertões ao litoral. Fazendo assim da nova  música interiorana uma senha para a abertura definitiva do eixo Rio-São Paulo para uma grande leva de novos  artistas(cantores, poetas, sanfoneiros e compositores) nordestinos que desde lá, seguiram até hoje os seus rastros.
Por tudo o que fez e representa até hoje para a arte nordestina e o movimento musical brasileiro em geral, mesmo depois de mais de duas décadas de sua morte, Luiz Gonzaga pode ser chamado de um predestinado. O artista do século, quiçá do milênio. De tão completo e diferenciado sua obra é digna de  reconhecimento não apenas pelos brasileiros, como igualmente no exterior.
Aquele que conseguiu pela força inigualável do seu talento levar  a música dos sertões aos mais altos e pomposos salões das elites. Rompendo num mesmo diapasão; preconceitos e impedimentos de toda sorte. Reaproximando o forró maturo e temperado dos matos a chamada música erudita da burguesia algo quase impensável para a época.
Por fim, se é verdade que ninguém no mundo pode  por nenhum motivo  ser considerado insubstituível, diria que Luiz Gonzaga, por conta da sua arte realmente monumental quebrara esta regra. Posto que ele, além de inigualável é deveras insubstituível.
Ainda por cima, se considerarmos os rumos que tomou a música popular brasileira e o chamado forró na atualidade, seria no mínimo  um desrespeito a memória de Gonzaga, assim como um  verdadeiro sacrilégio  colocarmos sequer o nome do rei do baião neste comparativo.
Palmas para o rei do baião! Viva Gonzaga pela passagem dos seus 100 anos de nascimento. Ele se manterá sempre vivo enquanto sua voz e o seu canto continuar ecoando pelos sertões do mundo.
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Prof. José Cícero
Secretário de Cultura e Esporte
Aurora-CE.
Serviço:
Luiz Gonzaga do Nascimento

* Exu, 13 de dezembro de 1912.
+ Recife, 2 de agosto de 1989.
Cantor, sanfoneiro e compositor nordestino.
Ficou conhecido como o Rei do Baião.
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Foto: article.wn.com
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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Aurorenses Artesãos do belo




A arte  das mãos
e a força inquebrantável da palavra.
Superlativa imaginação
dando forma poética à vida.
Aurora enternecida...
Gesto de bondade e de grandeza.
Divinais substâncias de arte embevecidas.
- Madeira, cimento, ferro e barro.
Música, sonoridade, escrita.
Catarse humana em oração..
Papel e  lápis no mais puro estado de criação.
Obras artísticas.
Figuras santas, profanas e inanimadas.
Deuses artesãos.
Artistas da terra.
Inventiva química da matéria
no mais profundo e milagroso
ato de emoção.
Transmutação do verbo
diante da sublime força da imaginação.
Arte armorial e estética.
Sacra, laica, rebelde e profana.
Eterna alquimia da concepção.
Artesãos do belo
e do gesto inexplicável.
Artistas da minha terra...
Poetas do mistério que não tem fim.
Claro deslumbre em seus encantos.
Tecelãos do imponderável manto.
- Rústico, religioso, poético, literário e filosófico.
Imorredouros artistas:
Serra Azul, Hermenegildo de Sá Cavalcante,
Franzé d’Aurora, alcymar, Janjão,
Nego Simplício, Cícero Saraiva e Cizin.
Joaquim Paulino, Padre Luna e padre França.
Zé Cordeiro, Amarílio e Aldemir Martins.

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José Cícero - In Versos e Reversos:(inédito - 2012)
Foto Ilustração: JC
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